Irã reforça compromisso com a paz e acusa Ocidente de apoiar ataques israelenses
Presidente Masoud Pezeshkian afirma que o país busca coexistência pacífica, mas denuncia agressões contra Gaza e sanções dos EUA
247 - Em discurso pronunciado na Bielorrússia, o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, destacou que seu governo defende a convivência pacífica entre os povos, mas acusou potências internacionais de impedirem esse caminho. A declaração foi publicada nesta quarta-feira (20) pela rede HispanTV.
Pezeshkian criticou duramente o apoio dos Estados Unidos e da União Europeia a Israel, que atacou instalações nucleares iranianas. “Os Estados Unidos apoiaram esse regime, fornecendo-lhe tecnologia e capacidades, e ele simplesmente violou todas as leis internacionais”, afirmou o presidente.
Denúncia sobre Gaza e crítica ao Ocidente
Ao abordar a ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza, Pezeshkian acusou Israel pelo assassinato de quase 60 mil pessoas, além de impor fome, miséria e destruir a infraestrutura local. Ele ironizou os discursos de países ocidentais que se apresentam como defensores da democracia e dos direitos humanos:
“Aqueles que se gabam dos direitos humanos, da democracia e da liberdade são os que perpetram essas atrocidades. Suas palavras são uma grande mentira e uma decepção descarada”, declarou.
O presidente reforçou que a política da República Islâmica é baseada na paz e na rejeição de uma corrida armamentista. “Declaramos desde o primeiro dia que não buscamos possuir armas e que nosso principal objetivo é a unidade e a harmonia dentro do país e a construção de uma reaproximação na região”, destacou.
Defesa, soberania e resistência
Ao ressaltar o compromisso pacífico do Irã, Pezeshkian disse que a manutenção de capacidades defensivas é indispensável diante das ameaças externas. “Se não tivéssemos mísseis, seríamos bombardeados todos os dias”, afirmou, comparando a situação com a da população de Gaza.
Para o presidente, o fortalecimento científico, social e cultural da sociedade iraniana é fundamental para enfrentar pressões externas. Ele destacou que a resistência popular é uma resposta decisiva às “maquinações” de inimigos estrangeiros.
Relações internacionais e política contra sanções
Na mesma ocasião, o líder iraniano reforçou a busca por laços diplomáticos mais amplos, em especial após a assinatura de 12 acordos de cooperação com a Bielorrússia. Ele também criticou a política de “pressão máxima” adotada pelos Estados Unidos, considerada por ele uma estratégia falha.
“Os EUA e seus apoiadores imaginam que, se bloquearem o caminho do Irã, o povo ficará enfraquecido. Essa é uma ideia falsa”, disse, garantindo que a nação permanecerá resiliente e autossuficiente.