Greta Thunberg e mais de 100 ativistas da Flotilha Global Sumud serão deportados de Israel
Entre os detidos estão onze brasileiros, incluindo a deputada Luizianne Lins e o ativista Thiago Ávila; ainda não há informações sobre o destino deles
247 – Mais de 70 ativistas da Flotilha Global Sumud, incluindo a ambientalista sueca Greta Thunberg, serão deportados de Israel nesta segunda-feira (7), informou a agência AFP, citada pela TASS. A ação ocorre após a interceptação da flotilha pela Marinha israelense, que deteve cerca de 400 participantes da missão internacional de solidariedade à população palestina da Faixa de Gaza.
De acordo com a AFP, entre os deportados estão nove suecos, 28 franceses, 27 gregos e 15 italianos. A maioria deverá ser enviada para a Grécia, país que tem recebido os voos de retorno dos estrangeiros desde o início do processo de expulsão.
A Flotilha Global Sumud — cujo nome significa “perseverança” ou “resistência” em árabe — partiu da Tunísia em meados de setembro, com mais de 40 embarcações de diferentes países. A missão tinha como objetivo romper o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza e entregar ajuda humanitária aos moradores do território, que enfrenta uma grave crise humanitária em meio à ofensiva militar israelense.
As autoridades israelenses, no entanto, classificaram a iniciativa como “provocativa” e declararam que não permitiriam que os navios se aproximassem da costa de Gaza. Como resultado, a flotilha foi interceptada por navios de guerra de Israel, e todos os 400 ativistas foram detidos e levados para a costa israelense.
No dia 3 de outubro, Israel começou as deportações, expulsando 170 participantes em apenas três dias. O grupo de Greta Thunberg está entre os estrangeiros que deverão ser removidos nesta segunda-feira, conforme as informações da AFP.
A jovem sueca, reconhecida mundialmente por sua militância ambiental e política, tem denunciado as violações de direitos humanos em Gaza e participado de protestos pelo fim da ocupação israelense. Sua presença na flotilha deu maior visibilidade internacional à ação, que denuncia o bloqueio de Gaza — considerado por organizações humanitárias uma forma de punição coletiva à população civil palestina.
Ainda não há informações oficiais sobre a situação dos brasileiros que participavam da flotilha. O grupo é formado por:
- Thiago Ávila, membro do Comitê Diretor da Global Sumud Flotilla;
- Mariana Conti, vereadora de Campinas (PSOL);
- Nicolas Calabrese, professor e coordenador da Rede Emancipa no Rio de Janeiro;
- Lisiane Proença, comunicadora popular;
- Magno Costa, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP;
- Ariadne Telles, advogada popular;
- Mansur Peixoto, criador do projeto História Islâmica;
- Gabi Tolotti, presidente do PSOL-RS;
- Mohamad El Kadri, presidente do Fórum Latino Palestino e coordenador da Frente Palestina de São Paulo;
- Lucas Gusmão, ativista internacionalista;
- Luizianne Lins, deputada federal (PT-CE).
Até o momento, não há confirmação sobre o paradeiro ou o status desses brasileiros, nem informações sobre se eles também serão incluídos nas deportações já em andamento.
A repressão à Flotilha Global Sumud e a deportação de seus ativistas ocorrem em meio a uma crescente condenação internacional à política de segurança de Israel e à escalada das tensões no Oriente Médio.