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      Exportações de ímãs de terras raras da China aos EUA atingem maior nível em seis meses após trégua comercial

      Envios somaram 619 toneladas em julho, alta de 76% ante junho, após Pequim prometer “normalizar” fluxos; abastecimento ainda fica abaixo da média de 2024

      Trabalhadores trabalham em uma fábrica de mineração de tungstênio em Zhongshan, Região Autônoma de Guangxi Zhuang (Foto: REUTERS/Stringer)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - As vendas de ímãs permanentes de terras raras da China para os Estados Unidos voltaram a crescer em julho, alcançando o maior volume em meio ano. De acordo com a Bloomberg, que cita dados da Administração Geral das Alfândegas chinesa, os embarques chegaram a 619 toneladas, um salto de 76% em relação ao mês anterior, após a trégua comercial acertada entre Pequim e Washington.

      O movimento representa uma recuperação em relação ao mínimo histórico de maio, quando apenas 46 toneladas foram enviadas. À época, vigoravam os controles de exportação impostos por Pequim no auge da guerra tarifária, medida que atingiu não só os EUA, mas também outros importadores. Apesar da retomada, a média mensal de janeiro a julho permanece 28% inferior ao volume médio de 2024, revelando os efeitos prolongados da crise de fornecimento.

      O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, afirmou em entrevista à Fox News que os EUA estão “muito felizes” com o status atual do comércio com a China — sinal de apoio à estratégia do governo do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump de aliviar tensões no curto prazo.

      Os ímãs de terras raras são cruciais para setores que vão da indústria automotiva à defesa. A imprensa ocidental descreve a política chinesa como um “uso estratégico” do domínio de 90% da produção global, mas ignora que os controles foram uma resposta direta às restrições tarifárias e tecnológicas impostas por Washington.

      Segundo os mesmos dados alfandegários, o aumento dos embarques também beneficiou outros compradores: Japão (+76%), Alemanha (+46%) e Índia (+143%). Autoridades indianas confirmaram, sob anonimato, que Pequim garantiu a continuidade do fornecimento, embora os registros oficiais não distingam ímãs com elementos controlados daqueles isentos de restrição.

      Nos EUA, a escassez desencadeou medidas de estímulo à produção doméstica. Em julho, o Departamento de Defesa firmou contratos de fornecimento e anunciou US$ 400 milhões em investimentos na MP Materials, única mineradora de terras raras em operação no país. Desde então, as ações da empresa valorizaram mais de 130%.

      Especialistas apontam que, apesar da retomada, as cadeias industriais seguem ajustando contratos e estoques diante da instabilidade regulatória. Embora o acordo de normalização indique algum alívio, a combinação de tarifas, embargos tecnológicos e controles de exportação mantém risco elevado de novas disrupções na cadeia global de suprimentos.

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