Haddad defende que Brasil agregue valor a minérios estratégicos cobiçados pelos EUA
Ministro da Fazenda afirma que país não pode se limitar à exportação de commodities e precisa fortalecer parcerias para desenvolver cadeia produtiva
247 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (12/8) que o Brasil precisa adotar uma estratégia para “agregar valor” aos minerais críticos e às terras raras, abandonando o modelo de exportar commodities de baixo valor agregado. A declaração foi feita durante sessão da comissão mista no Senado Federal que analisa a Medida Provisória 1.303/2025, que propõe ações alternativas ao aumento do IOF e ajustes nos gastos públicos. A informação foi publicada originalmente pelo Metrópoles.
Segundo Haddad, minerais estratégicos como lítio, nióbio e terras raras — todos altamente cobiçados pelo governo dos Estados Unidos, presidido atualmente por Donald Trump — representam uma oportunidade singular para o país. Ele destacou que a administração norte-americana já manifestou interesse em fechar acordos com o Brasil, e que, em determinados momentos, a cooperação chegou a ser cogitada como via para reduzir tarifas unilaterais de 50% impostas às exportações brasileiras.
“O Brasil é rico em minerais críticos e terras raras, e precisa pensar isso estrategicamente. O padrão brasileiro é exportar commodities, nós devíamos pensar, nesse caso específico, porque é um caso muito especial”, afirmou Haddad.
O ministro ressaltou que o governo deve priorizar parcerias e acordos de cooperação técnica não apenas com os EUA, mas também com a China e a União Europeia. Para ele, o país não pode continuar exportando minério bruto, pois isso mantém a economia dependente de produtos de baixo valor agregado e empregos “de qualidade duvidosa”.
“A turma fica de olho no território nacional”, disse, referindo-se ao interesse estrangeiro nos recursos minerais brasileiros. “Temos que pensar uma forma de agregar valor a esse minério. Não podemos adiar esse debate. Temos que precipitar esse debate.”
De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia, o Brasil detém a segunda maior reserva de terras raras do mundo, equivalente a cerca de 25% do total global. A exploração estratégica e o processamento local desses minerais são vistos como essenciais para aumentar a competitividade, gerar empregos qualificados e fortalecer a indústria nacional frente à crescente demanda global por tecnologias de ponta, como baterias, equipamentos eletrônicos e turbinas eólicas.
Essa defesa de Haddad se insere em um contexto de disputa geopolítica por recursos estratégicos, no qual países buscam assegurar cadeias de suprimento seguras e sustentáveis para setores de alta tecnologia e energia limpa. A adoção de políticas industriais voltadas ao beneficiamento interno desses recursos pode colocar o Brasil em posição privilegiada no cenário internacional.
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