Em ato de crueldade, EUA vetam vistos para palestinos, que já são alvo de genocídio
Governo do presidente Donald Trump suspende autorizações até mesmo para tratamentos médicos e casos humanitários, em meio à devastação na Faixa de Gaza
247 – O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou neste sábado (16) a suspensão de todos os vistos de visita para indivíduos da Faixa de Gaza, sob a justificativa de realizar uma revisão “completa e minuciosa” do processo. A informação foi publicada pela Reuters. A decisão, que já recebeu forte condenação de organizações pró-Palestina, reforça a postura de endurecimento migratório do governo do presidente Donald Trump, mesmo diante da crise humanitária e do genocídio em curso contra o povo palestino.
Segundo dados do próprio Departamento de Estado, os EUA emitiram mais de 3.800 vistos de visita do tipo B1/B2 em 2025, que permitem, entre outras finalidades, buscar tratamento médico em território norte-americano. Desses, 640 foram concedidos em maio. Contudo, a suspensão anunciada interrompe este fluxo, deixando milhares de palestinos sem alternativa diante da escalada da violência e da destruição em Gaza.
A medida foi tomada após declarações de Laura Loomer, ativista de extrema-direita e aliada de Donald Trump, que afirmou em redes sociais que “refugiados” palestinos haviam entrado nos EUA neste mês. A fala repercutiu entre republicanos, levando o deputado Chip Roy a dizer que investigaria o caso e o deputado Randy Fine a classificá-lo como “risco à segurança nacional”.
O Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR) reagiu duramente à suspensão, denunciando-a como mais uma prova da “crueldade intencional” do governo Trump contra palestinos.
Desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 — que deixou 1.200 mortos e 251 reféns, segundo dados israelenses —, a ofensiva israelense contra Gaza já matou mais de 61 mil palestinos, de acordo com autoridades de saúde locais. Apesar da magnitude da tragédia, os EUA não sinalizaram disposição para acolher palestinos deslocados. Fontes ouvidas pela Reuters indicam que países como Sudão do Sul e o próprio Israel discutem planos para o reassentamento.