Diretora de inteligência dos EUA acusa Obama de ter liderado “conspiração traiçoeira” contra Trump

247 - A diretora nacional de inteligência dos Estados Unidos, Tulsi Gabbard, afirmou que o ex-presidente Barack Obama e antigos integrantes de sua administração deveriam ser investigados por uma suposta “conspiração traiçoeira” para enfraquecer a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais de 2016.

Segundo Gabbard, houve um esforço deliberado para fabricar informações de inteligência com o objetivo de sugerir que a Rússia havia interferido no pleito.

Ela declarou que “autoridades do mais alto escalão do nosso governo” se envolveram em um plano para “subverter a vontade do povo americano e realizar o que foi, essencialmente, um golpe de Estado de anos”.

Gabbard disse ter repassado ao Departamento de Justiça documentos que sustentariam essas acusações, incluindo uma avaliação da comunidade de inteligência da era Obama sobre ameaças cibernéticas e memorandos antes classificados, entre eles do gabinete de James Clapper, ex-diretor de inteligência nacional.

Alvos das acusações

Entre os nomes citados por Tulsi Gabbard estão Barack Obama, James Clapper, o ex-diretor da CIA John Brennan, o então secretário de Estado John Kerry, a ex-conselheira de segurança nacional Susan Rice e o ex-vice-diretor do FBI Andrew McCabe. Segundo a diretora, esses ex-funcionários participaram de uma tentativa deliberada de deslegitimar a vitória eleitoral de Donald Trump, utilizando como base o chamado Dossiê Steele.

O documento, elaborado pelo ex-agente britânico Christopher Steele, continha alegações sobre supostos vínculos entre Trump e o governo russo. Gabbard alega que a administração Obama tinha conhecimento da fragilidade do material, mas mesmo assim o utilizou para sustentar uma narrativa de interferência eleitoral.

Divergência entre avaliações de inteligência

Gabbard destacou que as conclusões divulgadas após a eleição contrastaram com avaliações feitas antes do pleito, que indicavam que a Rússia provavelmente não estava interferindo. Ela afirma que essa mudança foi deliberada, com base em informações consideradas falsas ou não verificadas.

Um dos documentos divulgados por seu gabinete afirma que, em 9 de dezembro de 2016, houve vazamentos para a imprensa de dados não comprovados, incluindo relatos de que a CIA teria concluído secretamente que a Rússia interveio para ajudar Trump. Em 6 de janeiro de 2017, o governo Obama tornou pública uma avaliação da comunidade de inteligência com alegações semelhantes. Gabbard afirma que parte dessas alegações tinha como base o Dossiê Steele.

Contexto e reação

A investigação sobre a interferência russa resultou na nomeação de Robert Mueller como procurador especial. Em seu relatório, Mueller concluiu que houve interferência da Rússia “de forma ampla e sistemática”, mas que não foi possível estabelecer que membros da campanha de Trump tenham conspirado ou coordenado com o governo russo.

A nomeação de Gabbard para o cargo de diretora de inteligência foi controversa. Ela não possuía experiência direta na área e havia feito declarações públicas simpáticas ao presidente russo Vladimir Putin e à narrativa do Kremlin sobre a guerra na Ucrânia.