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Departamento de Comércio dos EUA anuncia sobretaxas sobre painéis solares que chegam a 3.403%

As novas tarifas, classificadas como direitos antidumping e compensatórios, atingem produtos provenientes de Camboja, Tailândia, Vietnã e Malásia

(Foto: Divulgação ENVO)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – O Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (21) tarifas de até 3.403,96% sobre células e painéis solares importados do Sudeste Asiático, mas majoritariamente produzidos por empresas chinesas. A informação foi divulgada pela agência Reuters e outros veículos internacionais.

As novas tarifas, classificadas como direitos antidumping e compensatórios, atingem produtos provenientes de Camboja, Tailândia, Vietnã e Malásia — países onde empresas chinesas estabeleceram fábricas nos últimos anos como alternativa para contornar sanções e tarifas anteriormente impostas às exportações diretas da China.

A escalada tarifária: país por país

As alíquotas variam conforme o país de origem dos produtos:

  •  Camboja: até 3.403,96%
  •  Tailândia: até 799,55%
  •  Vietnã: até 542,64%
  •  Malásia: até 168,80%

Além disso, empresas específicas como Hounen Solar, Trina Solar Science & Technology e Jinko Solar Technology foram alvo de tarifas personalizadas. A decisão segue duas investigações preliminares abertas em resposta a uma denúncia de um grupo de empresas americanas em 2023.

Indústria americana comemora decisão

Para o Comitê de Comércio da Aliança Americana para a Fabricação de Energia Solar, a decisão representa um marco importante. Tim Brightbill, advogado principal do grupo, classificou a medida como uma vitória:

 “Eles confirmam o que sabemos há muito tempo: empresas com sede na China têm burlado o sistema, prejudicando empresas americanas e custando empregos e meios de subsistência aos trabalhadores americanos”, afirmou.

Brightbill acrescentou ainda que a Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (ITC) possui “evidências substanciais e detalhadas de que esses quatro países estão envolvidos em dumping ilegal e subsídios a células e módulos solares, o que está prejudicando empresas e trabalhadores americanos”. A decisão final da ITC está prevista para o dia 2 de junho.

Ofensiva contra a energia limpa chinesa

A atual administração do presidente Donald Trump, em seu segundo mandato iniciado em 2025, tem adotado uma postura agressiva para proteger a indústria nacional. No início do ano, aumentou para 50% as tarifas sobre importações de painéis solares e de polissilício oriundos da China.

O Departamento de Comércio age em linha com a nova diretriz da Casa Branca, que no início de abril anunciou tarifas de até 49% para produtos vindos do Sudeste Asiático. Apesar da suspensão temporária para negociações, o gesto foi interpretado como mais um movimento estratégico de pressão comercial.

A China é líder global no setor de energia solar, controlando cerca de 90% da cadeia produtiva, do polissilício aos módulos finais. A busca internacional por energia limpa e barata fez com que muitos países se tornassem dependentes da produção chinesa — fator que contribuiu para o acirramento das disputas comerciais.

Disputa geopolítica por mercados estratégicos

Ao mirar empresas chinesas que operam fora do território continental, o governo Trump amplia o alcance de sua política protecionista e mira uma cadeia produtiva considerada estratégica para o futuro energético do planeta. As tarifas são justificadas com base em “preços injustos” e “subsídios ilegais”, segundo o próprio Departamento de Comércio.

Com a decisão de agora, Washington envia um recado claro: mesmo que as fábricas não estejam na China, a origem do capital e o controle da produção seguirão sendo critérios determinantes para barreiras comerciais.

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