Conselho de Segurança da ONU convoca sessão de emergência após ataque do regime sionista israelense no Catar
Reunião será realizada após pedido de Argélia e Paquistão para discutir as agressões israelenses em Doha
247 - O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) convocou uma sessão de emergência para discutir os recentes ataques de Israel a um complexo residencial em Doha, Catar. A reunião ocorrerá a pedido de Argélia e Paquistão e, segundo fontes diplomáticas da ONU, os membros do Conselho receberão um resumo nesta quarta-feira (10), sobre os últimos acontecimentos e a gravidade da escalada israelense.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, já condenou o ataque israelense, classificando-o como uma "flagrante violação da soberania e da integridade territorial do Catar". A situação tem gerado uma onda de indignação internacional, com diversos países do Oriente Médio se manifestando contra a ação militar.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, foi um dos primeiros líderes a se pronunciar, condenando a agressão israelense, que visou uma equipe de negociação do Hamas em Doha. “Este ataque, uma violação flagrante do direito internacional e da soberania do Catar, também prejudica a segurança e a estabilidade de nosso irmão país, o Catar. Eu condeno veementemente este ataque”, afirmou Erdogan. A Turquia demonstrou apoio total ao Catar, enfatizando a importância de garantir a segurança da nação.
Além disso, a Tunísia também se manifestou contra o ataque israelense, chamando-o de “traidor e hediondo”. O Ministério das Relações Exteriores tunisiano expressou solidariedade total ao Catar, reafirmando seu apoio aos esforços do país para defender sua soberania, segurança nacional, integridade territorial e a proteção de seus cidadãos.
A Jordânia, por sua vez, afirmou que os ataques aéreos israelenses configuram uma "violação flagrante do direito internacional e das normas diplomáticas e políticas". Líderes políticos jordanianos destacaram que tal agressão não pode ser justificada sob nenhuma circunstância e que o ataque a Doha representa um precedente perigoso, que exige uma resposta firme tanto do mundo árabe quanto da comunidade internacional.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também criticou o ataque, afirmando que "bombardear unilateralmente um aliado soberano dos EUA como o Catar, que está trabalhando arduamente para mediar a paz, não avança os objetivos de Israel ou dos EUA". Ele acrescentou que instruiu o enviado especial Steve Witkoff a informar o Catar sobre o ataque iminente, embora o aviso não tenha conseguido evitar a ação.
A Alemanha classificou o ataque como "inaceitável", com o chanceler Friedrich Merz expressando preocupação de que a ação violasse a soberania do Catar e prejudicasse os esforços para a liberação de reféns. O governo francês também condenou a ofensiva, enfatizando que a guerra não deve se expandir para toda a região.
Impacto nas negociações de paz
O ataque complicou ainda mais as já frágeis negociações de paz. O Catar, que abriga uma base militar dos EUA e tem sido um mediador-chave nas discussões de cessar-fogo, expressou indignação e afirmou que não tolerará comportamentos irresponsáveis que comprometem a segurança e a estabilidade da região.
A ação israelense visa desestabilizar as lideranças externas do Hamas, mas ela pode ter o efeito oposto, fortalecendo a unidade do grupo e dificultando os esforços diplomáticos para um cessar-fogo duradouro.
O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência para discutir o incidente, refletindo a gravidade da situação e a crescente preocupação com a escalada do conflito.
O ataque em Doha representa um ponto de inflexão nas relações internacionais e nas dinâmicas de poder no Oriente Médio, destacando os desafios contínuos para alcançar uma paz sustentável na região.
O aumento da violência do regime sionista tem levantado preocupações sobre a estabilidade no Oriente Médio e o impacto da violência sobre a população civil.