Ataque de Israel a Doha fracassou, diz Hamas; ONU condena
Operação israelense não atingiu lideranças do Hamas no Catar e foi classificada por António Guterres como violação da soberania do país
247 - O ataque aéreo de Israel contra representantes do Hamas em Doha, capital do Catar, não alcançou os objetivos esperados, segundo revelou uma fonte do movimento palestino à agência Sputnik nesta terça-feira (9). “A operação israelense [em Doha] não foi bem-sucedida”, afirmou o integrante do grupo. De acordo com o Hamas, alguns membros da delegação ficaram feridos durante os bombardeios, mas não há registros da morte de líderes da organização.
A ofensiva desencadeou críticas imediatas da comunidade internacional. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou a ação militar, durante coletiva de imprensa em Nova York. “Estamos apenas começando a receber informações sobre os ataques de Israel no Catar, um país que tem desempenhado um papel muito positivo para alcançar um cessar-fogo e a libertação de todos os reféns. Condeno esta flagrante violação da soberania e da integridade territorial do Catar”, declarou.
Contexto do ataque e das negociações
De acordo com informações da Sputnik, os representantes do Hamas estavam reunidos em um prédio residencial no momento em que foram atingidos. O encontro tinha como objetivo dar continuidade às negociações sobre um possível cessar-fogo em Gaza, em meio à escalada da violência iniciada após os ataques de outubro de 2023.
O Catar tem se destacado como mediador nas conversas entre Israel e Hamas, ao lado de países como Egito e Estados Unidos. A atuação do emirado já foi elogiada em diversas ocasiões por seu papel diplomático e humanitário, principalmente no esforço de libertação de reféns e na busca por uma trégua duradoura.
Repercussão internacional
A fala de Guterres reforça a preocupação da ONU com a instabilidade no Oriente Médio e com a possibilidade de novos ataques comprometerem os avanços diplomáticos. “Todas as partes devem trabalhar para alcançar um cessar-fogo permanente, e não para destruí-lo”, destacou o secretário-geral.