Conheça os destaques das declarações de Putin sobre a Ucrânia durante coletiva de imprensa na China
Putin falou sobre as questões territoriais e sua postura em relação às negociações com o Ocidente
247 - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, encerrou sua visita oficial de quatro dias à China nesta quarta-feira (3) com uma coletiva de imprensa que gerou grande repercussão internacional. Durante a conversa com jornalistas, Putin abordou temas centrais sobre o conflito com a Ucrânia, a postura russa em relação à OTAN e à União Europeia, além de comentar sobre as perspectivas para futuras negociações. As declarações foram divulgadas pelo site Sputnik Internacional.
Entre os principais pontos abordados por Putin, um dos mais destacados foi o pedido feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que o líder russo agendasse um encontro com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Contudo, Putin afirmou que, embora nunca tenha descartado a possibilidade de um encontro, a atual situação da Ucrânia torna esse tipo de diálogo "um caminho para lugar nenhum". Em suas palavras, “a Ucrânia tem o direito de escolher seu próprio sistema de segurança, mas não deve fazê-lo às custas da Rússia”.
O presidente russo também reiterou a oposição de Moscou à adesão da Ucrânia à OTAN, embora tenha afirmado que a Rússia não se opõe à entrada da Ucrânia na União Europeia. Putin destacou que a Rússia sempre esteve disposta a negociar e respeitar a autonomia ucraniana, mas sempre com a preservação de seus próprios interesses. Em relação a um ponto crucial do conflito, o líder russo negou que a questão das "garantias de segurança para a Ucrânia em troca de território" tenha sido levantada, afirmando que a Rússia não está lutando por territórios, mas sim pelos direitos das pessoas que vivem nas regiões em disputa.
Em suas declarações, Putin também fez questão de lembrar que a Rússia já havia oferecido à Ucrânia, em 2022, a retirada de suas tropas do Donbass e a possibilidade de encerrar o conflito. Contudo, ele afirmou que, após a retirada das tropas de Kiev, a Ucrânia mudou sua posição, o que teria complicado ainda mais o cenário. O presidente russo também sugeriu que a Ucrânia realizasse um referendo sobre as questões territoriais, o que, segundo ele, exigiria o levantamento da lei marcial e a realização de eleições.
Putin também elogiou o trabalho do negociador russo, Vladimir Medinsky, nas conversas com a Ucrânia, destacando sua "contenção e profissionalismo". Ele comentou ainda sobre as críticas enfrentadas por Steve Witkoff, enviado especial dos Estados Unidos para a Ucrânia, que, segundo Putin, tem se mostrado eficaz ao transmitir as posições da Rússia e dos EUA nas negociações.
Ao abordar a situação interna dos Estados Unidos, Putin fez um comentário sobre o que ele chamou de "partido da guerra", que estaria atacando aqueles que defendem uma postura mais pacífica. Ele afirmou que a “agenda belicista” quer levar a Ucrânia a continuar lutando até o último ucraniano, em um cenário de desgaste contínuo.
Por fim, Putin reforçou que a Rússia está disposta a elevar os níveis de negociação com a Ucrânia, mas sem ceder a pressões externas ou comprometer sua segurança nacional. O presidente russo encerrou a coletiva destacando que, apesar das dificuldades, a Rússia segue aberta ao diálogo, respeitando as decisões dos povos e buscando soluções que assegurem a estabilidade e segurança de todos os envolvidos.