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      Como os EUA dominam a Europa

      Por meio da OTAN, está sendo colocada em prática uma espécie de “linha de montagem” da guerra contra a Rússia

      Bandeiras da União Européia e Donald Trump (Foto: Reuters)

      Por Manlio Dinucci - O presidente Trump anunciou que a Ucrânia passará a receber armamentos dos Estados Unidos de uma nova maneira: os aliados europeus e o Canadá, todos membros da OTAN, comprarão armas dos EUA e as entregarão à Ucrânia. “Trata-se de equipamentos militares no valor de bilhões de dólares destinados à OTAN, que esses países comprarão dos Estados Unidos e que serão rapidamente distribuídos no campo de batalha.” Para se ter uma ideia do custo desse arsenal, vale lembrar que uma bateria de mísseis Patriot custa cerca de 1 bilhão de dólares, e cada míssil lançado custa aproximadamente 4 milhões; já os mísseis JASSM — mísseis de cruzeiro ar-terra furtivos, capazes de atingir a Crimeia e até Moscou — custam mais de 1 milhão de dólares cada.

      O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, disse a Trump que vários aliados (Alemanha, Reino Unido, Finlândia, Noruega, Suécia, Dinamarca, Canadá e outros) já estão prontos para pagar pelas armas norte-americanas, e parabenizou o presidente dos EUA por ajudar a Ucrânia a obter “o que ela precisa”. “Mas vocês querem que os europeus paguem por isso, o que é absolutamente lógico”, concluiu o secretário.

      Enquanto isso, Trump nomeou o novo Comandante Supremo Aliado na Europa: o general Alexus G. Grynkewich, da Força Aérea dos EUA, em substituição ao general Chris Cavoli, do Exército dos EUA, que havia sido nomeado por Biden em 2022. A OTAN — confirma o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Serguei Choigu — continua sendo uma ameaça fundamental à segurança da Rússia. Segundo dados oficiais, o efetivo militar da Aliança é de mais de 4 milhões de pessoas, com mais de 50 mil tanques e veículos blindados de combate, mais de 7 mil aviões de guerra e mais de 750 navios de guerra. O aumento previsto dos gastos militares só reforçará esse potencial. Além disso, os Estados-membros da Aliança controlam cerca de 350 satélites militares e civis, que estão sendo usados ativamente contra a Rússia, identificando alvos e guiando mísseis lançados pelas forças ucranianas.

      Por meio da OTAN, está sendo colocada em prática uma espécie de “linha de montagem” da guerra contra a Rússia: os aliados europeus receberão os armamentos norte-americanos adquiridos e os transferirão à Ucrânia, oferecendo todo o apoio operacional em campo. No contexto de um plano estabelecido pela OTAN, será criado um vasto sistema de infraestrutura — portos, aeroportos, pontes ferroviárias, túneis e outros corredores logísticos — que será adaptado para permitir o rápido transporte de equipamentos militares pesados e de grande porte. Para isso, a União Europeia identificou mais de 500 pontos críticos em sua infraestrutura que precisam de obras para suportar a mobilidade militar.

      Tudo isso está sendo pago, direta e indiretamente, pelos cidadãos europeus comuns. Trata-se de uma enorme despesa pública desviada de áreas sociais. Basta lembrar que, para apoiar a Ucrânia na guerra contra a Rússia, a União Europeia já gastou (com o nosso dinheiro) 192,5 bilhões de dólares e alocou várias dezenas de bilhões adicionais. Basta lembrar que o gasto militar da Itália superou a média de 90 milhões de euros por dia, e em breve ultrapassará 120 milhões, para alcançar o percentual exigido pelos EUA e pela OTAN: cerca de 300 milhões de euros por dia. Além disso, as tarifas de 30% impostas por Trump sobre as exportações italianas para os EUA acarretam uma perda estimada de 35 bilhões de euros, prejudicando sobretudo as pequenas e médias empresas e eliminando cerca de 180 mil postos de trabalho.

      Resumo do programa de análise internacional “Grandangolo Pangea” de sexta-feira, 18 de julho de 2025, transmitido pela emissora italiana Byobluhttps://www.byoblu.com/2025/07/18/gli-usa-dominano-leuropa-pangea-grandangolo/.

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