China defende cessar-fogo imediato e solução de dois Estados diante do genocídio em Gaza
Wang Yi cobra responsabilidade internacional, condena ações de Israel e reafirma apoio ao reconhecimento pleno do Estado da Palestina
247 – O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, expôs nesta sexta-feira (20) a posição de Pequim sobre o conflito palestino-israelense, durante encontro em Pequim com o chanceler de Marrocos, Nasser Bourita. As declarações foram publicadas pelo Global Times.
Wang Yi afirmou que a comunidade internacional deve agir com urgência para promover um cessar-fogo imediato em Gaza, a fim de aliviar a catástrofe humanitária em curso. Ele destacou que países com influência direta sobre Israel precisam “assumir suas responsabilidades com seriedade” e cobrou do Conselho de Segurança da ONU e das agências humanitárias maior atuação diante da escalada de violência.
Palestina deve governar a Palestina
O chanceler chinês frisou que o princípio de “os palestinos governarem a Palestina” precisa ser respeitado. “Gaza e a Cisjordânia são territórios inalienáveis da Palestina. Qualquer arranjo de governança e reconstrução pós-guerra deve respeitar a vontade do povo palestino e salvaguardar seus direitos legítimos”, disse Wang.
Ele também ressaltou a necessidade de fortalecer o consenso internacional em torno da solução de dois Estados. Segundo ele, a China defende o reconhecimento pleno da Palestina como membro da ONU e rejeita ações unilaterais que corroem esse caminho.
Condenação às ações de Israel
Wang Yi alertou que o conflito, que já se arrasta há dois anos, gerou uma “catástrofe humanitária sem precedentes” e expressou a “profunda preocupação” da China. O ministro acusou Israel de acelerar a ocupação de Gaza e da Cisjordânia, em violação ao direito internacional.
“Essas ações não trazem benefícios à própria segurança de Israel, mas colocam em risco a solução de dois Estados e minam diretamente a estabilidade da região”, afirmou.
O chanceler ainda destacou que “a segurança deve ser compartilhada” e que nenhum país pode “construir sua própria segurança sobre a insegurança de outros”.
Direitos iguais para palestinos e israelenses
Reafirmando o princípio de equidade, Wang Yi declarou: “Israel tem o direito de estabelecer um Estado, e a Palestina também. Não pode haver dois pesos e duas medidas. As vidas do povo israelense e as vidas do povo árabe são igualmente preciosas e merecem respeito”.
Ele ainda condenou o ciclo de violência: “Responder violência com violência apenas cria e acumula novos ódios”.
Compromisso da China com a paz
Segundo o chanceler, Pequim continuará a apoiar a luta legítima do povo palestino por seus direitos nacionais e seguirá empenhada em promover o cessar-fogo, o fim da guerra em Gaza e uma solução “abrangente, justa e duradoura” para a questão palestina, com base nas resoluções da ONU e na proposta de dois Estados.