Chanceler iraniano alerta que plano de “grande Israel” ameaça segurança global
Abbas Araqchi condena crimes de Israel em Gaza e pede união dos países islâmicos contra projeto expansionista de Netanyahu
247 - O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou neste domingo (24) que o projeto expansionista israelense representa uma ameaça existencial à paz e à segurança internacionais. As declarações foram publicadas em artigo no jornal árabe Asharq Al-Awsat e repercutidas pelo portal Hispantv.
No texto, Araqchi denuncia que confiar em iniciativas como os “Acordos de Abraão” favorece a execução dos planos israelenses de ampliar sua influência no Oriente Médio. Segundo ele, a proposta de um “grande Israel” vai além de uma questão territorial e constitui um risco direto à soberania e integridade de diversos países da região.
Denúncias de genocídio em Gaza
O chanceler destacou que o governo israelense conduz uma campanha sistemática de violência contra os palestinos. “O regime [israelense] não poupou esforços para destruir completamente Gaza e transformá-la em terra arrasada”, escreveu. Ele acusou Israel de perpetrar massacres contra mulheres e crianças, promover deslocamentos forçados e usar a fome como arma de guerra.
Araqchi classificou os ataques como “um genocídio organizado e completo” que ocorre sob o silêncio dos Estados Unidos e do Ocidente. Para ele, o quadro atual em Gaza não pode ser reduzido a um conflito militar temporário, mas deve ser entendido como um projeto de limpeza étnica.
Expansão de assentamentos e agressões regionais
Além da Faixa de Gaza, o diplomata iraniano chamou atenção para a expansão dos assentamentos na Cisjordânia e para os ataques contra o Líbano, a Síria e o Iêmen. Araqchi afirmou que as recentes ações de Israel, incluindo a publicação de mapas que descrevem um “grande Oriente Médio” sob controle israelense, revelam “a disseminação de um tumor cancerígeno por toda a região”.
“O plano de ocupar completamente a Faixa de Gaza e deslocar à força seus habitantes para regiões distantes é apenas um novo elo na cadeia de genocídio contra o povo palestino”, declarou.
Netanyahu e o projeto expansionista
Araqchi fez críticas diretas ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que recentemente defendeu publicamente a visão de um “grande Israel” do Nilo ao Eufrates. Para o chanceler, tais declarações não são meramente retóricas, mas evidenciam uma estratégia de longo prazo que ameaça países como Síria, Jordânia, Egito, Líbano, Kuwait, Iraque e Arábia Saudita.
“Esta declaração perigosa constitui uma clara violação da Carta das Nações Unidas e do direito internacional, expondo as intenções agressivas deste regime de dominar todo o mundo islâmico”, alertou.