Chanceler da Alemanha admite guerra por procuração de Israel contra o Irã: 'faz o serviço sujo por nós'
Merz reconhece que Israel age com o apoio e pelos interesses das potências ocidentais
247 - Em uma das declarações mais contundentes de um líder europeu sobre a ofensiva israelense contra o Irã, o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, afirmou que Israel está “fazendo o serviço sujo por todos nós”, referindo-se aos países do G7. A fala foi feita durante entrevista à emissora pública ZDF, enquanto Merz participava da reunião do grupo no Canadá, informa a Folha de S. Paulo.
A frase do chanceler alemão ecoa o posicionamento do bloco formado por Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Japão, Canadá e a União Europeia como observadora. “Este é o trabalho sujo que Israel está fazendo por todos nós. Também somos vítimas deste regime [iraniano]. Esse regime clerical trouxe morte e destruição ao mundo”, afirmou Merz, endossando a retórica israelense contra Teerã.
Merz ainda acrescentou que acredita em uma saída negociada, embora tenha sinalizado que o desmantelamento do programa nuclear iraniano pode ser inevitável. “Os iranianos podem abrir mão do programa militar em troca de vê-lo destruído. O Exército de Israel obviamente não é capaz de conseguir isso, lhe faltam armas necessárias. Mas os americanos as têm”, declarou, numa clara alusão às chamadas "bunker busters", bombas capazes de destruir instalações subterrâneas.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) chegou a informar inicialmente que os ataques não haviam provocado danos estruturais nos complexos nucleares iranianos, mas posteriormente admitiu que todas as centrífugas responsáveis pelo enriquecimento de urânio haviam sido desativadas em razão de cortes de energia.
Carta branca a Israel - O apoio alemão, embora o mais explícito até agora, não é isolado. O presidente francês, Emmanuel Macron, também se manifestou a favor das ações de Tel Aviv, embora com menos ênfase. A França, até então crítica ao genocídio do povo palestino promovido pelo governo de Benjamin Netanyahu em Gaza, vê com preocupação a ampliação da guerra para o território iraniano.
Um dos poucos países a manter firme apoio a Tel Aviv é os Estados Unidos. Nesta nova fase do conflito, o presidente Donald Trump tem assumido um papel mais direto. Na noite de segunda-feira (16), deixou a cúpula do G7 e publicou uma mensagem alarmante sugerindo que Teerã deveria ser evacuada, o que provocou pânico na capital iraniana. Em seguida, tentou modular o tom, prometendo um ultimato ao regime dos aiatolás para que abandone completamente seu programa nuclear, tanto civil quanto militar.
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