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Israel diz ter eliminado novo chefe militar do Irã quatro dias após matar antecessor

Comandante Ali Shadmani teria sido atingido em ataque aéreo enquanto dirigia operações militares

Pessoas observam de uma ponte as chamas de um ataque israelense subindo do depósito de petróleo de Sharan, após os ataques israelenses ao Irã, em Teerã, Irã, em 15 de junho de 2025 (Foto: Majid Asgaripour/WANA (West Asia News Agency) via REUTERS)
Guilherme Levorato avatar
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247 - Reportagem do The Times of Israel, publicada nesta terça-feira (17), informa que Israel teria assassinado o general Ali Shadmani, recém-nomeado chefe do quartel-general central Khatam-al Anbiya, órgão responsável pelo comando emergencial das Forças Armadas do Irã. Shadmani havia assumido o posto há apenas quatro dias, em substituição ao general Gholam Ali Rashid, morto no ataque israelense que inaugurou a campanha contra o programa nuclear iraniano na sexta-feira (13).

Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), Shadmani era o mais alto comandante militar iraniano em atividade e próximo ao líder supremo Ali Khamenei. “Ele comandava tanto o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica quanto as Forças Armadas do Irã”, afirmou a nota militar israelense. Ainda de acordo com o comunicado, o general “tinha influência direta nos planos ofensivos do Irã contra o Estado de Israel”.

Explosões e ofensiva continuam em cidades estratégicas do Irã - A morte de Shadmani ocorreu durante uma série de ataques aéreos que, segundo fontes iranianas e imagens de satélite, atingiram instalações militares e nucleares em várias regiões do país. Houve relatos de explosões em Teerã, onde sistemas de defesa antiaérea foram ativados. Na cidade de Natanz, que abriga uma das principais usinas de enriquecimento de urânio do Irã, foram identificados novos ataques, após a planta já ter sido gravemente danificada na primeira ofensiva israelense.

O site Asriran noticiou que o sistema de defesa aérea também foi acionado em Natanz. Em Kashan, um ataque israelense a um posto de controle matou três pessoas e feriu outras quatro, conforme veículos de imprensa estatais, que não informaram se as vítimas eram civis ou militares.

Em Teerã, a emissora estatal IRIB confirmou que três pessoas morreram no bombardeio ao edifício que abriga sua sede. Antes da ação, Israel teria emitido um alerta de evacuação para a região central da capital. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, declarou que “o instrumento de propaganda e incitação iraniano está prestes a desaparecer”. As IDF alegaram que o prédio era utilizado por militares iranianos sob fachada civil.

Israel bombardeia mísseis e drones; Irã registra mais de 220 mortos - Na segunda-feira (16) à noite e madrugada de terça, a Força Aérea israelense realizou múltiplas ofensivas contra alvos no oeste do Irã, destruindo lançadores de mísseis antiaéreos, mísseis balísticos e drones. Segundo as IDF, dezenas de infraestruturas usadas para armazenamento e lançamento de armamentos foram atingidas. Imagens de satélite da Planet Labs revelaram destruição significativa em uma base de mísseis ao norte da cidade de Tabriz.

A estimativa das Forças de Defesa de Israel é de que cerca de um terço dos lançadores de mísseis balísticos do Irã — aproximadamente 400 ao todo — já tenham sido eliminados.

Em coletiva, o porta-voz militar israelense Effie Defrin declarou que soldados iranianos que operavam um lançador de mísseis antiaéreos e dispararam contra um drone israelense foram mortos no contra-ataque. A operação, segundo ele, foi realizada logo após o drone identificar a preparação para um novo disparo.

Alvo civil: Cruz Vermelha iraniana denuncia morte de socorristas - A Sociedade do Crescente Vermelho do Irã denunciou que três de seus socorristas foram mortos em um ataque israelense no noroeste de Teerã, enquanto prestavam assistência na região de Shahid Bagheri. “Esse incidente não é apenas um crime contra o direito humanitário internacional, mas também um ataque flagrante à humanidade e à moralidade”, declarou a entidade. O exército israelense não comentou o episódio.

Desde o início dos confrontos, autoridades iranianas já contabilizaram 224 mortos — em sua maioria, civis.

Trump pede evacuação de Teerã e reforça ameaça nuclear - Na noite de segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou alvoroço ao publicar em sua rede social Truth Social um alerta para que toda a população de Teerã deixasse imediatamente a cidade. A justificativa: o Irã teria se recusado a aceitar um acordo para interromper o desenvolvimento de armas nucleares.

“Irã deveria ter assinado o ‘acordo’ que eu propus. Que pena, e que desperdício de vidas humanas. Dito claramente, O IRÃ NÃO PODE TER UMA ARMA NUCLEAR. Eu repeti isso inúmeras vezes! Todos devem evacuar Teerã imediatamente!”, escreveu Trump, sem detalhar as razões específicas para o alerta.

Logo após a publicação, a secretária de imprensa Karoline Leavitt informou que Trump deixaria antecipadamente a cúpula do G7 no Canadá para retornar a Washington e discutir o conflito com seus conselheiros.

A retirada precoce de Trump da reunião de líderes mundiais gerou rumores de que os Estados Unidos poderiam se juntar a Israel na ofensiva. Contudo, a Casa Branca negou essa possibilidade. “As forças americanas mantêm uma postura defensiva, e isso não mudou. Defenderemos os interesses dos EUA”, publicou o vice-diretor de comunicação Alex Pfeiffer.

O presidente da França, Emmanuel Macron, viu positivamente o retorno de Trump a Washington. “Há uma proposta em andamento, especialmente para se chegar a um cessar-fogo e iniciar discussões mais amplas. Considero isso muito positivo”, declarou. No entanto, Trump desmentiu a fala de Macron. “Errado! Ele não tem ideia do motivo de minha viagem a Washington, mas certamente não tem nada a ver com cessar-fogo”, escreveu o presidente, que ainda provocou: “fiquem ligados”.

Trump também mencionou que Israel lançou seus ataques exatamente no “dia 61” após o prazo de dois meses que havia dado ao Irã para fechar um acordo nuclear.

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