Carla Zambelli, presa na Itália, aceita cumprir pena no Brasil, afirma defesa
Advogado diz que deputada do PL não se opõe à transferência, mas critica "penas ideológicas" do STF e pede prisão domiciliar por motivos de saúde
247 - A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália, não descarta cumprir no Brasil as penas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi confirmada por seu advogado, Fabio Pagnozzi, em entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews, nesta sexta-feira (15).
"Ela [Carla Zambelli] não se opõe a cumprir pena no Brasil. O que a Carla sempre disse é que quer estar em um país onde possa ser julgada por pessoas imparciais. O momento atual do governo aqui é onde a Carla não quer ser julgada ou cumprir pena. Ela foge, hoje, realmente das penas exorbitantes e das penas ideológicas do Supremo Tribunal Federal", afirmou Pagnozzi.
Segundo o advogado, a prioridade no momento é a saúde da deputada, que teria passado mal durante a audiência realizada no dia 13. "A questão de saúde é a número 1. A deputada, como todos sabem, tem inúmeros problemas de saúde, dentre eles problema de coração, e retirou um tumor do cérebro anos atrás. São, realmente, vários problemas que não são compatíveis com a carceragem", disse.
Zambelli obteve autorização da Justiça italiana para realizar uma perícia médica independente, paralela à avaliação de um perito oficial do Estado. A estratégia da defesa é obter a conversão da prisão em regime domiciliar enquanto aguarda decisão sobre a extradição.
O STF já conta com maioria de votos para condenar a parlamentar a 5 anos e 3 meses de prisão, além da cassação do mandato, no processo que apura os crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal durante uma perseguição armada ocorrida antes das eleições de 2022. O caso é relatado pelo ministro Gilmar Mendes e teve voto favorável à condenação também dos ministros Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Dias Toffoli.
Além desse processo, Zambelli já foi condenada de forma definitiva pelo STF por participação na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A Primeira Turma da Corte fixou pena de 10 anos de prisão em regime fechado, perda do mandato e inelegibilidade.
No mesmo julgamento, o hacker Walter Delgatti Neto foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão. Ambos deverão pagar indenização de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli orientou Delgatti a inserir documentos falsos no sistema do CNJ, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, com o objetivo de desacreditar a Justiça e estimular atos antidemocráticos.
Caso a extradição seja autorizada, a deputada deverá iniciar o cumprimento da pena de 10 anos referente ao caso CNJ, já transitada em julgado. Se também for condenada pelo episódio da perseguição armada, a nova pena será somada à anterior, podendo elevar significativamente o período de reclusão.
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