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      Após acusar EUA de provocação nuclear, Rússia rompe moratória e promete novas ações militares

      Moscou denuncia que Washington violou acordo informal e avisa que "novas medidas" serão tomadas em meio a escalada de tensões nucleares

      EUA e Rússia acendem disputa nuclear (Foto: Reuters)

      247 - A Rússia anunciou nesta segunda-feira (4) que está abandonando a moratória voluntária sobre a instalação de mísseis de médio e curto alcance, em resposta às ações provocativas dos Estados Unidos. A informação foi divulgada pela agência Reuters.

      Segundo nota oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, “deixaram de existir as condições” para manter a suspensão, adotada por iniciativa unilateral de Moscou desde 2019. A decisão, segundo o governo russo, se baseia no fato de que os Estados Unidos estariam posicionando mísseis semelhantes na Europa e na região da Ásia-Pacífico.

      “A declaração do Ministério das Relações Exteriores da Rússia sobre a retirada da moratória sobre a implantação de mísseis de médio e curto alcance é resultado da política antirrussa dos países da OTAN”, escreveu o ex-presidente Dmitri Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, na rede social X. “Essa é a nova realidade com a qual nossos oponentes terão que lidar. Espere novas medidas.”

      A moratória havia sido proposta por Moscou como uma medida de boa vontade após a saída dos EUA do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), em 2019. Assinado em 1987, o INF proibia o uso de mísseis com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros e foi um dos principais marcos do desarmamento na Guerra Fria.

      Washington abandonou o tratado sob a alegação de que a Rússia havia desenvolvido o míssil 9M729, supostamente com alcance de até 1.500 km, o que violaria o acordo. Moscou negou a infração, mas também se retirou do INF. Como alternativa, propôs manter, de forma voluntária, a suspensão da instalação desses armamentos, desde que os EUA fizessem o mesmo — o que, agora, afirma não estar mais acontecendo.

      A escalada de tensões ganhou novo capítulo na última sexta-feira (1º), quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o envio de dois submarinos com propulsão nuclear como resposta a recentes declarações feitas por Medvedev. O líder norte-americano, porém, não informou os destinos dos submarinos nem se estão armados com ogivas nucleares.

      Diante do episódio, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, pediu “grande prudência” nas declarações públicas sobre armamentos nucleares. Segundo ele, “todos devem ser muito, muito prudentes ao falar do tema”, minimizando a movimentação dos EUA. “Esses submarinos já estão em serviço permanente. Não vemos isso como uma escalada”, disse Peskov. “Não queremos ser arrastados para esse tipo de polêmica.”

      Apesar das recentes manifestações públicas de Trump sobre uma possível reaproximação com Moscou, o presidente dos EUA também tem endurecido o discurso diante da continuidade da guerra na Ucrânia. Ele vem pressionando o Kremlin com ameaças de novas sanções, caso o conflito não seja encerrado.

      O prazo imposto por Trump ao governo russo para pôr fim à guerra termina no próximo dia 8 de agosto. Antes disso, o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, deverá visitar Moscou ainda esta semana, na tentativa de destravar algum entendimento diplomático.

      A movimentação dos EUA ocorre num momento em que o Pentágono reforça sua presença global com 71 submarinos de propulsão nuclear, dos quais 14 são armados com mísseis balísticos nucleares. 

      Com o abandono da moratória, especialistas avaliam que a Rússia poderá reposicionar mísseis táticos em áreas sensíveis da Europa Oriental ou do Extremo Oriente, aumentando o risco de incidentes militares entre potências nucleares.

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