Trump anuncia nova data da visita de Witkoff a Moscou para negociações sobre a Ucrânia

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo (3) que seu enviado especial, Steve Witkoff, viajará a Moscou ainda nesta semana, com o objetivo de retomar as negociações de paz sobre a guerra na Ucrânia, informa o canal RT.

Segundo Trump, a visita de Witkoff está prevista para ocorrer “provavelmente na quarta ou quinta-feira”, depois que uma viagem anunciada anteriormente para o fim de semana acabou sendo adiada. A missão, de acordo com o presidente norte-americano, tem como foco principal a busca por um cessar-fogo. “Sim, cheguem a um acordo em que as pessoas parem de ser mortas”, afirmou o presidente a repórteres, ao ser questionado sobre o que o enviado levará como mensagem às autoridades russas.

Trump revelou ainda que Moscou havia “pedido” a visita de Witkoff. No entanto, até o momento, o Kremlin não se pronunciou oficialmente sobre o encontro. Também não está confirmado se Witkoff será recebido diretamente pelo presidente russo, Vladimir Putin. Os dois já mantiveram reuniões anteriores na capital russa, embora essas conversas não tenham produzido avanços concretos.

A visita acontece num momento de crescente tensão diplomática, com Trump aumentando a pressão sobre Moscou para encerrar o conflito. Na semana passada, ele reduziu drasticamente o prazo original de 50 dias para negociações, fixando um ultimato de apenas 10 dias. Caso um acordo de paz não seja alcançado até 8 de agosto, o presidente norte-americano promete aplicar sanções econômicas severas à Rússia, incluindo tarifas de 100% e as chamadas “sanções secundárias”, que atingiriam países parceiros de Moscou, como China e Índia.

Apesar das ameaças, Trump expressou ceticismo sobre a efetividade das sanções no caso russo. “Bem, haverá sanções, mas eles parecem ser muito bons em evitá-las. Sabe, eles são pessoas astutas e muito boas em evitá-las”, comentou, admitindo que as restrições econômicas anteriores não surtiram o efeito desejado sobre o governo de Putin.

A Rússia, por sua vez, tem reiterado publicamente sua disposição para dialogar, mas insiste que qualquer acordo deve reconhecer as “novas realidades territoriais”. Em discurso recente, o presidente Vladimir Putin reforçou que a neutralidade da Ucrânia e a renúncia à entrada na OTAN continuam sendo condições inegociáveis para a paz.

Em resposta à pressão dos EUA, o Kremlin reforçou sua leitura do conflito como uma “guerra por procuração” instigada pelo Ocidente. Segundo Moscou, Washington insiste em impor termos unilaterais ao mesmo tempo em que mantém o envio de armamentos a Kiev. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou recentemente que a Rússia desenvolveu uma espécie de “imunidade” contra sanções, após anos de enfrentamento de restrições econômicas impostas pelos EUA e seus aliados.

O desfecho dessa nova rodada de negociações permanece incerto. No entanto, a movimentação diplomática indica que Trump busca mostrar iniciativa internacional, tentando acelerar uma solução que possa ser vista como um êxito de sua política externa. Resta saber se Moscou aceitará as condições colocadas à mesa — e até que ponto Washington está disposto a recuar para alcançar o tão anunciado cessar-fogo.