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'Brasil não pode ter legislação retrógrada para IA', diz Caiado

Governador de Goiás disse que país não pode adotar leis que travem inovação e tecnologia

Ronaldo Caiado (Foto: Evandro Macedo/LIDE)

247 - O futuro da inteligência artificial (IA) e da infraestrutura digital foi o grande tema do 3º Brasília Summit, realizado nesta terça-feira (30) na capital federal. O encontro reuniu parlamentares, governadores, empresários e especialistas em tecnologia para debater os rumos da inovação no Brasil. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), defendeu que o país evite criar regras ultrapassadas que freiem a criatividade e a competitividade. “O Brasil não pode fazer uma legislação retrógrada, punitiva. Não existe isso mais. Só seremos referência mundial se dermos liberdade para desenvolver e combater apenas o mau uso”, afirmou Caiado, defendendo modelos mais abertos e menos restritivos.

Regulamentação estratégica e risco de fuga de talentos

O deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator do marco regulatório da IA na Câmara, destacou a relevância da tecnologia para diferentes setores. “Vivemos em uma sociedade híbrida. A inteligência artificial já é presente e muda sobremaneira as relações sociais”, disse. Para ele, sem um ambiente de inovação atrativo, o Brasil corre o risco de perder talentos para outros países.

Desigualdade no acesso à tecnologia

A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), alertou para a diferença entre sistemas públicos e privados no uso da tecnologia. “Por que nos hospitais particulares já temos robôs operando, enquanto no SUS ainda predominam cirurgias tradicionais? O Estado precisa acompanhar a modernidade”, questionou.

Infraestrutura digital como soberania

A presidente da Tecnobank, Renata Herani, ressaltou que data centers são fundamentais para o futuro do país. “Data centers são hoje tão estratégicos quanto rodovias e portos foram nos anos 1980. O Brasil precisa de uma política pública clara para garantir protagonismo nesse cenário”, afirmou.

O setor financeiro também participou ativamente do debate. Isaac Sidney, presidente da Febraban, destacou o impacto da tecnologia no sistema bancário. “A inteligência artificial é uma revolução silenciosa, uma arma poderosa e irresistível que redefine o futuro das finanças”, disse, lembrando que 93% das transações bancárias já acontecem em meios digitais.

Energia e expansão dos data centers

O deputado Julio Lopes (PP-RJ) chamou atenção para a necessidade de fontes energéticas robustas para sustentar a expansão da infraestrutura digital. “Data center funciona 24 horas por 365 dias. Não há como energizá-los apenas com solar ou eólica. Precisamos garantir base de potência, como térmica e nuclear”, alertou.

Já Marcos Ferrari, presidente executivo da Conexis Brasil Digital, reforçou o potencial do país. “Estamos entrando em uma nova era. A IA pode gerar ganhos econômicos expressivos, mas é preciso políticas firmes para alcançar a soberania digital”, declarou.

Legislação simples e eficaz

O senador Eduardo Gomes (PL-TO) defendeu equilíbrio no marco regulatório da IA. “O mais difícil em legislação é fazer o simples. Inteligência artificial não é uma ameaça, é uma realidade que precisa de inteligência legislativa para se tornar oportunidade”, afirmou.

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