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      Brasil 247 propõe aliança ideológica entre os países do BRICS

      Em encontro no Rio de Janeiro, Leonardo Attuch defendeu maior intercâmbio entre veículos de mídia, universidades e think tanks

      Leonardo Attuch discursa no Fórum de Mídia e Think Tanks (Foto: Divulgação)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O jornalista Leonardo Attuch, fundador do portal Brasil 247, defendeu a criação de uma ampla frente comunicacional entre os países do BRICS e demais nações do Sul Global. A proposta foi apresentada durante o Fórum de Mídia e Think Tanks do BRICS, realizado no Rio de Janeiro no dia 16 de julho, que contou com a presença de representantes de veículos de imprensa e centros de pesquisa internacionais, incluindo Fu Hua, presidente da agência estatal chinesa Xinhua. O evento foi organizado pela Xinhua e pela EBC e co-organizado pelo Brasil 247 e pelo Monitor Mercantil, contado com mais de 250 delegados, entre jornalistas e intelectuais dos países do BRICS.

      Durante sua participação no evento, Attuch destacou a necessidade de um reposicionamento geopolítico que ultrapasse as dimensões econômica e política. “Vamos transformar o BRICS não apenas em uma aliança política e econômica, mas também em uma aliança comunicacional e ideológica”, afirmou, enfatizando a importância da construção de uma narrativa própria para as nações emergentes.

      Um novo paradigma para a comunicação global

      Em seu discurso, Leonardo Attuch argumentou que os países do Sul Global, ou da chamada Maioria Global, devem construir um novo paradigma comunicacional, capaz de romper com o viés hegemônico do Norte Global. “Não podemos mais permitir que nossas realidades, nossas histórias e nossos desafios sejam interpretados, traduzidos ou distorcidos a partir dos interesses do Norte Global, muitas vezes marcados por resquícios imperialistas e colonialistas”, declarou.

      Segundo o jornalista, o fortalecimento de veículos independentes do Sul Global se tornou uma questão estratégica após a recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de sobretaxar em 50% as exportações brasileiras, num gesto considerado por especialistas como retaliação direta ao fortalecimento do BRICS. “Vivemos um momento de grandes transformações na geopolítica mundial. O mundo está atento ao que fazemos e dizemos”, pontuou.

      Três propostas para enfrentar a hegemonia da informação

      Leonardo Attuch apresentou três propostas concretas para fortalecer a presença comunicacional do Sul Global. A primeira, a criação de uma agência internacional de notícias que integre veículos da Ásia, África e América Latina, com o objetivo de fortalecer a circulação de informações sob uma ótica soberana.

      A segunda, o desenvolvimento de plataformas digitais próprias, independentes dos grandes conglomerados tecnológicos do Ocidente, de modo que “os algoritmos não fortaleçam os interesses das grandes corporações”. E a terceira proposta prevê o desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial de código aberto, permitindo às nações do Sul Global acesso a tecnologias decisivas no século XXI.

      “Vamos estreitar nossas pontes de forma concreta, criando uma grande agência de notícias, novas plataformas digitais e modelos abertos de inteligência artificial. É uma tarefa urgente”, destacou.

      A comunicação como bem público

      Attuch também defendeu que o modelo de comunicação praticado na China deveria ser mais bem compreendido pelos países ocidentais, especialmente na América Latina. Para ele, o modelo chinês — que trata a informação como bem público — se contrapõe à lógica mercantilizada que prevalece no Ocidente, geradora de polarização, ódio e crises políticas.

      “O modelo chinês mostra que, quando a informação é orientada para a construção de consensos sociais, fortalece-se o tecido nacional e promove-se o bem comum”, explicou. Por outro lado, criticou o domínio de interesses privados sobre a mídia ocidental: “A fragmentação social que testemunhamos em tantas nações não é um acidente — é um sintoma do desequilíbrio informacional em que vivemos.”

      O papel do Brasil no eixo da resistência

      O fundador do Brasil 247 finalizou sua intervenção destacando que o Brasil, como integrante do BRICS, tem um papel fundamental na defesa de um mundo multipolar e no fortalecimento de laços com países do Sul Global. “No Brasil 247 e na TV 247, já estamos trilhando esse caminho. Nossos leitores e telespectadores acolhem com entusiasmo vozes internacionais que fogem do eixo hegemônico tradicional”, afirmou.

      Para Leonardo Attuch, os BRICS devem se consolidar como um instrumento de promoção da paz, da cooperação e da harmonia entre os povos. “O mundo precisa de uma nova ordem comunicacional, baseada no respeito à diversidade e no fortalecimento da soberania dos povos. Essa deve ser a verdadeira missão do BRICS no século XXI.”

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