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Ações da Petrobras devem ajudar em novas licenças do Ibama na Margem Equatorial, diz Magda Chambriard

"Todo esse exercício que foi feito servirá para os outros. Acho que pode ser sim mais rápido o licenciamento", disse a presidente da Petrobras

Sonda de perfuração ODN II na Margem Equatorial (Foto: Divulgação / Foresea)

247 - A Petrobras projeta iniciar a produção de petróleo e gás na Margem Equatorial em um prazo de sete a oito anos, caso sejam confirmadas as reservas esperadas. Segundo a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, a licença concedida pelo Ibama para a perfuração pioneira pode acelerar novos licenciamentos. Isso porque parte das exigências ambientais já foi cumprida durante a Avaliação Pré-Operacional (APO), que mobilizou centenas de técnicos da empresa e do órgão ambiental.

“Os novos poços a serem perfurados não vão mais precisar de APO. Todo esse exercício que foi feito servirá para os outros. Acho que pode ser sim mais rápido o licenciamento”, afirmou Chambriard, de acordo com a agência Reuters.

Exigências ambientais e investimentos

O Ibama havia negado pedidos de perfuração na região em 2018 e 2023, antes de a Petrobras assumir a operação do bloco FZA-M-59. Para obter a autorização, a estatal investiu em medidas adicionais de segurança e resposta a incidentes, como a construção de um Centro de Reabilitação e Despetrolização em Oiapoque (AP) e a inclusão de três embarcações offshore voltadas ao atendimento de fauna oleada.

Perfuração pioneira e expectativas de descobertas

A Petrobras pretende perfurar até seis poços adicionais na região, com a atual campanha exploratória. O primeiro deles será decisivo para confirmar o modelo sísmico traçado pela companhia. “O primeiro passo foi dado, que é conseguir a licença para perfurar um poço pioneiro. Estamos furando num lugar muito bom, que deve dar uma descoberta. Mas só a broca vai dizer se tem descoberta”, destacou a CEO.

Caso os resultados confirmem as expectativas, a estatal planeja delimitar as jazidas em até dois anos. Chambriard ressaltou que, se viável, a produção poderá começar em tempo de compensar o declínio projetado para o pré-sal.

Margem Equatorial: a nova fronteira

A Margem Equatorial é considerada a principal aposta do Brasil para ampliar suas reservas de petróleo e gás na próxima década. Projeções governamentais apontam que a produção nacional deve crescer até o início dos anos 2030, mas poderá recuar se não houver novas descobertas relevantes.

Ainda conforme a reportagem, a Petrobras já estendeu o contrato de locação da sonda responsável pela perfuração, garantindo sua disponibilidade por cerca de oito meses. O custo diário do equipamento é de aproximadamente R$ 4,2 milhões.

“Temos que ter uma folga. Em teoria, a gente perfura o poço, avalia o poço e, se tiver uma descoberta relevante, a gente avalia. Portanto, mais ou menos oito meses com essa sonda conosco”, explicou a executiva.

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