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Porta-voz da China reage a acordo portuário no Panamá

Declaração ressalta que governo chinês atuará para proteger soberania, segurança e interesses de desenvolvimento

Uma vista aérea mostra navios de carga atracados no Porto de Balboa, operado pela Panama Ports Company, no Canal do Panamá, na Cidade do Panamá, Panamá, em 1º de fevereiro de 2025 (Foto: REUTERS/Enea Lebrun)

247 – O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, comentou nesta sexta-feira (8) sobre as notícias envolvendo a possível participação da China COSCO Shipping Corporation em um acordo global de portos da CK Hutchison. A informação foi divulgada pelo Global Times, que destacou que as negociações ainda não estão concluídas e que uma das opções avaliadas é permitir que a COSCO adquira participação em portos, com exceção das duas unidades localizadas no Panamá.

Segundo o jornal, a transação discutida prevê que a COSCO possa adquirir entre 20% e 30% de participação no negócio global de portos da CK Hutchison. Ainda não há definição final sobre os termos, mas a possibilidade de exclusão das operações panamenhas está na mesa.

Guo Jiakun afirmou que, em relação à venda de ativos no exterior pela CK Hutchison, "o governo chinês conduzirá a regulamentação de forma legal, salvaguardará firmemente a soberania nacional, a segurança e os interesses de desenvolvimento, e defenderá a justiça e a equidade no mercado".

O posicionamento ocorre em um contexto de crescente atenção internacional às movimentações estratégicas da China no setor portuário e logístico global. Empresas estatais e privadas chinesas têm ampliado sua presença em terminais estratégicos, fator que desperta debates geopolíticos e comerciais, especialmente em regiões sensíveis como a América Central.

A exclusão dos portos panamenhos, caso confirmada, poderá ter implicações tanto comerciais quanto diplomáticas, uma vez que o Panamá ocupa posição central no comércio marítimo mundial graças ao Canal do Panamá, rota essencial para a conexão entre o Atlântico e o Pacífico.

Esse episódio também reforça a postura da diplomacia chinesa de vincular investimentos internacionais à proteção de seus interesses estratégicos, mantendo discurso de respeito às regras de mercado, mas com ênfase na defesa da soberania e no controle sobre ativos considerados sensíveis.

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