Porta-voz da China reage a acordo portuário no Panamá
Declaração ressalta que governo chinês atuará para proteger soberania, segurança e interesses de desenvolvimento
247 – O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, comentou nesta sexta-feira (8) sobre as notícias envolvendo a possível participação da China COSCO Shipping Corporation em um acordo global de portos da CK Hutchison. A informação foi divulgada pelo Global Times, que destacou que as negociações ainda não estão concluídas e que uma das opções avaliadas é permitir que a COSCO adquira participação em portos, com exceção das duas unidades localizadas no Panamá.
Segundo o jornal, a transação discutida prevê que a COSCO possa adquirir entre 20% e 30% de participação no negócio global de portos da CK Hutchison. Ainda não há definição final sobre os termos, mas a possibilidade de exclusão das operações panamenhas está na mesa.
Guo Jiakun afirmou que, em relação à venda de ativos no exterior pela CK Hutchison, "o governo chinês conduzirá a regulamentação de forma legal, salvaguardará firmemente a soberania nacional, a segurança e os interesses de desenvolvimento, e defenderá a justiça e a equidade no mercado".
O posicionamento ocorre em um contexto de crescente atenção internacional às movimentações estratégicas da China no setor portuário e logístico global. Empresas estatais e privadas chinesas têm ampliado sua presença em terminais estratégicos, fator que desperta debates geopolíticos e comerciais, especialmente em regiões sensíveis como a América Central.
A exclusão dos portos panamenhos, caso confirmada, poderá ter implicações tanto comerciais quanto diplomáticas, uma vez que o Panamá ocupa posição central no comércio marítimo mundial graças ao Canal do Panamá, rota essencial para a conexão entre o Atlântico e o Pacífico.
Esse episódio também reforça a postura da diplomacia chinesa de vincular investimentos internacionais à proteção de seus interesses estratégicos, mantendo discurso de respeito às regras de mercado, mas com ênfase na defesa da soberania e no controle sobre ativos considerados sensíveis.