China pede que cooperação militar com a Rússia seja vista com objetividade e sem especulações
Porta-voz do Ministério da Defesa chinês critica interpretações tendenciosas sobre exercícios navais conjuntos
247 – O Ministério da Defesa da China apelou nesta sexta-feira (8) para que as partes interessadas analisem com racionalidade e objetividade a cooperação militar entre Pequim e Moscou. A declaração foi feita por Jiang Bin, porta-voz da pasta, durante uma coletiva de imprensa, em resposta a questionamentos sobre o exercício naval conjunto “Joint Sea 2025”, realizado recentemente por forças navais da China e da Rússia. A informação foi divulgada pelo jornal Global Times.
“Esperamos que as partes relevantes vejam a cooperação de defesa entre China e Rússia de forma objetiva e racional, e parem de espalhar especulações infundadas e calúnias”, afirmou Jiang Bin. O porta-voz criticou a postura de alguns países que, segundo ele, enviaram navios e aeronaves para a região onde estavam os grupos-tarefa chineses e russos, alimentando interpretações de que os exercícios estariam direcionados contra terceiros.
Cooperação militar consolidada e transparente
Jiang destacou que o “Joint Sea” é um programa institucionalizado de cooperação entre as marinhas da China e da Rússia. “Desde sua criação, em 2012, o exercício foi realizado dez vezes e se tornou uma plataforma-chave para a cooperação militar entre os dois países”, explicou o porta-voz.
A edição de 2025 contemplou ações como defesa aérea conjunta, operações anti-submarino e combate marítimo, culminando em patrulhas navais coordenadas. Jiang sublinhou que todas as atividades planejadas foram concluídas conforme o cronograma previsto.
Não alinhamento e compromisso com a estabilidade
O representante do Ministério da Defesa reiterou que a parceria militar sino-russa segue os princípios de “não-alinhamento, não-confrontação e não-direcionamento contra terceiros”. Segundo ele, as duas potências mantêm esse entendimento tanto em suas relações bilaterais quanto na esfera de cooperação militar.
“China e Rússia desempenham conjuntamente um papel importante na salvaguarda da paz e estabilidade internacionais e regionais”, declarou Jiang, rebatendo as insinuações de que a iniciativa naval teria caráter provocativo.
Contexto geopolítico
Os comentários do porta-voz ocorrem em um momento de crescente tensão no cenário internacional, especialmente após o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2025, com uma política externa mais agressiva. A intensificação da parceria entre Moscou e Pequim tem sido vista com cautela por países ocidentais, que frequentemente acusam os dois países de desafiar a ordem internacional liderada por Washington.
A China, no entanto, tem buscado projetar sua cooperação com a Rússia como parte de um esforço para fortalecer a segurança regional e aprofundar laços estratégicos em moldes não confrontacionais.
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