Pequim defende cessar-fogo duradouro e condena violações do acordo em Gaza
Representante do país na ONU defende respeito aos palestinos e solução de dois Estados como único caminho para a paz
247 – O representante permanente da China nas Nações Unidas, Fu Cong, defendeu nesta quinta-feira (23) a consolidação de um cessar-fogo duradouro na Faixa de Gaza, durante um debate aberto do Conselho de Segurança da ONU. A informação foi publicada pelo Global Times.
Segundo o diplomata, é essencial que a trégua atual se torne a base para “um cessar-fogo abrangente e duradouro”. Fu Cong lamentou, contudo, as violações ainda recorrentes do acordo entre Israel e o Hamas, que continuam provocando “mortes de civis inocentes”.
O representante enfatizou que “todas as partes envolvidas devem cumprir integralmente os termos do cessar-fogo, para que Gaza recupere sua segurança e estabilidade”.
Situação humanitária crítica e obrigações de Israel
Fu destacou que, embora alguma ajuda humanitária tenha sido retomada, os obstáculos permanecem. “As necessidades urgentes da população estão longe de serem atendidas”, afirmou.
O diplomata exigiu que Israel, como potência ocupante, “abra todas as passagens fronteiriças, garantindo a entrada em larga escala de suprimentos humanitários e permitindo sua distribuição segura e ordenada”. Ele também pediu o fim das restrições às operações das agências de ajuda.
O embaixador reforçou que “Gaza é o lar do povo palestino, não uma moeda de troca na política internacional”. Para ele, qualquer decisão sobre o futuro do território deve respeitar o princípio de “os palestinos governarem a Palestina” e refletir a vontade do povo local.
Solução de dois Estados é “único caminho” para a paz
Fu Cong reiterou que a implementação da solução de dois Estados é “a única saída possível” para o conflito. Segundo ele, apenas quando for criado um Estado palestino independente e reconhecidos os direitos nacionais legítimos de seu povo será possível “eliminar as injustiças históricas e as raízes da violência, alcançando uma coexistência pacífica entre Palestina e Israel”.
O diplomata também pediu que Israel cesse imediatamente as atividades de assentamento na Cisjordânia e pare de “minar as bases de governança da Autoridade Palestina”. Defendeu, ainda, que a comunidade internacional rejeite ações unilaterais que comprometam a solução de dois Estados e apoie o reconhecimento pleno da Palestina como membro das Nações Unidas.



