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Comércio exterior da China cresce 4% nos primeiros nove meses de 2025 a despeito das sanções

As exportações subiram 7,1% em relação ao ano anterior

Guindastes de pórtico perto de contêineres de transporte enquanto um navio porta-contêineres da Evergreen Marine Corp, o Ever Ace, está atracado no Porto de Yangshan, nos arredores de Xangai, China, em 17 de junho de 2025 (Foto: REUTERS/Go Nakamura)

247 – O comércio exterior da China manteve trajetória de crescimento estável em 2025, com aumento de 4% nas trocas internacionais nos primeiros nove meses do ano, alcançando 33,61 trilhões de yuans (US$ 4,73 trilhões), de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (13) pela Administração Geral das Alfândegas (GAC) e publicados pelo Global Times.

As exportações subiram 7,1% em relação ao ano anterior, chegando a 19,95 trilhões de yuans, enquanto as importações tiveram leve retração de 0,2%, totalizando 13,66 trilhões de yuans. O desempenho, segundo autoridades chinesas, confirma a resiliência da economia e o avanço estrutural de setores estratégicos, mesmo em meio a um cenário internacional de alta volatilidade e tensões comerciais.

Crescimento consistente e diversificação de mercados

O vice-administrador da GAC, Wang Jun, afirmou em entrevista coletiva em Pequim que a China mantém “crescimento contínuo há oito trimestres consecutivos”, com taxas de expansão de 1,3% no primeiro trimestre, 4,5% no segundo e 6% no terceiro. Ele destacou ainda a ampliação da parceria com países da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), cujo comércio bilateral somou 17,37 trilhões de yuans, alta de 6,2% e representando 51,7% do total das trocas comerciais chinesas.

“A diversificação dos mercados e a inovação tecnológica nas exportações têm sido fundamentais para sustentar o comércio exterior diante das pressões externas”, disse Wang.

Tecnologia e produtos verdes lideram exportações

Um dos motores do crescimento é o avanço das exportações de bens eletromecânicos, que chegaram a 12,07 trilhões de yuans, aumento de 9,6% em relação a 2024, e representaram 60,5% do total exportado.

Destaque também para o grupo conhecido como “nova tríade”, composto por veículos elétricos, baterias de íons de lítio e painéis solares, que registrou crescimento de dois dígitos. Além desses, produtos sustentáveis como locomotivas elétricas ganharam espaço crescente nos embarques.

Importações mostram recuperação gradual

Apesar do desempenho mais modesto das importações, os números mostram recuperação no segundo e terceiro trimestres, com avanços de 0,3% e 4,7%, respectivamente. Entre os produtos que mais cresceram estão petróleo bruto (+4,9%) e minérios metálicos (+10,1%). Já a importação de instrumentos de medição e teste aumentou 9,3%, enquanto a de equipamentos de informática e comunicação subiu 8,9%.

O vice-administrador destacou que o movimento reflete o fortalecimento da demanda doméstica e o dinamismo do setor produtivo, além do aumento de empresas envolvidas em comércio exterior, que já somam 700 mil, 52 mil a mais que no mesmo período do ano passado.

Perspectivas e desafios

Wang Jun ressaltou que o desempenho é fruto da liderança centralizada do Comitê Central do Partido Comunista da China e do esforço conjunto de governos locais e empresas para superar dificuldades e inovar. “O comércio exterior da China demonstrou resiliência e otimização estrutural, alcançando crescimento quantitativo e qualitativo — uma conquista árdua”, afirmou.

Entretanto, ele reconheceu que o ambiente externo segue desafiador, com incertezas globais e base de comparação elevada em 2024, o que exigirá “maior empenho para manter o ritmo no quarto trimestre”.

Os dados reforçam a força exportadora chinesa e indicam uma mudança de perfil nas trocas comerciais, com ênfase em inovação tecnológica e sustentabilidade. Mesmo em um contexto global adverso, a China reafirma seu papel como motor do comércio mundial e referência em adaptação industrial e expansão de mercados emergentes.

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