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      China propõe governança inclusiva da inteligência artificial como alternativa eficaz para o Sul Global

      Especialistas destacam que plano chinês prioriza cooperação, transferência de tecnologia e soberania digital, contrastando com abordagem restritiva dos EUA

      Inteligência artificial (Foto: Global Times)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O jornal Global Times publicou nesta segunda-feira (11) uma análise aprofundada sobre o papel da China na governança global da inteligência artificial (IA) e seu impacto para os países do Sul Global. A reportagem integra a série Face to Face with Global South Wisdom, que reúne especialistas de diferentes regiões para discutir caminhos de cooperação e os desafios na construção de um modelo tecnológico mais inclusivo.

      Segundo o jornal, o Plano de Ação Global para a Governança da IA proposto por Pequim visa criar uma organização internacional de cooperação na área, rompendo a concentração de poder tecnológico nas mãos de poucas empresas e países. Essa abordagem, defendem os especialistas entrevistados, oferece uma alternativa pragmática e material, voltada para resultados concretos, em contraste com a estratégia norte-americana, considerada mais restritiva e ideológica.

      Um caminho material e produtivo

      O professor Eduardo Tzili-Apango, da Universidade Autônoma Metropolitana (México) e membro do Conselho Mexicano de Relações Exteriores, ressaltou que o desenvolvimento acelerado do Sul Global depende de parcerias tecnológicas externas. Para ele, China e EUA representam dois paradigmas opostos:

       "A China promove o desenvolvimento expandindo forças produtivas tecnodigitais e capacidades de IA, enquanto os EUA, ao priorizar a regulação sobre a produção, acabam inibindo qualquer salto tecnológico."

      O acadêmico destacou que, por meio da Rota da Seda Digital, Pequim exporta infraestrutura com IA — de portos inteligentes a plataformas em nuvem — e investe na formação local, permitindo que países como Brasil, Peru e Nigéria adotem aplicações avançadas em logística, agricultura e gestão urbana.

      Inclusão e quebra de monopólios tecnológicos

      Para o pesquisador Yasiru Ranaraja, do Sri Lanka, o diferencial da proposta chinesa está na visão inclusiva e na abertura de acesso a ferramentas de IA de ponta, como os modelos Kimi, DeepSeek e Qwen.

       "A governança inclusiva proposta pela China fornece um modelo útil para países do Sul Global, a maioria ainda com grandes lacunas digitais", afirmou.

      Ele destacou que o plano não se limita à transferência de tecnologia, mas exige plataformas colaborativas, pesquisa conjunta e formação de capacidades, com o Sul Global atuando não apenas como receptor, mas como coautor das regras de uso e desenvolvimento da IA.

      Equilíbrio entre desenvolvimento e segurança

      O especialista sul-africano Paul Zilungisele Tembe alertou para riscos de um novo ciclo de exclusão tecnológica.

       "A IA deve equilibrar desenvolvimento e segurança, evitando repetir o padrão das revoluções industriais anteriores, quando o Sul Global ficou à margem", disse.

      Tembe vê no plano chinês um desdobramento de iniciativas como a Iniciativa de Desenvolvimento Global e a Iniciativa de Civilização Global, com base na ideia de uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade. Ele criticou o enfoque norte-americano, que, segundo ele, prioriza vendas e competitividade frente à China em vez de uma governança ética consistente.

      Um modelo alternativo para o futuro

      Para os três especialistas, a proposta chinesa de governança da IA se diferencia por priorizar solidariedade, abertura e cooperação estratégica. Ao investir em infraestrutura tecnológica e promover inclusão digital, a China oferece ao Sul Global um caminho de avanço rápido e soberano, reduzindo dependências e abrindo espaço para um desenvolvimento mais equilibrado no cenário internacional.

      Se adotado amplamente, o plano pode redefinir não apenas a competição tecnológica, mas também o equilíbrio geopolítico, fortalecendo o papel dos países em desenvolvimento na formulação das regras que moldarão a economia digital nas próximas décadas.

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