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China critica veto dos EUA a resolução da ONU sobre Gaza

Representante chinês na ONU condena bloqueio de Washington a proposta humanitária e pede cessar-fogo imediato

Pessoas seguram bandeiras da Palestina em frente ao Coliseu, em Roma, durante uma manifestação em apoio aos palestinos em Gaza (Foto: Yara Nardi/Reuters)

247 – A China manifestou profunda decepção com o veto dos Estados Unidos a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que buscava aliviar a crise humanitária em Gaza. A declaração foi feita por Fu Cong, embaixador permanente da China nas Nações Unidas, durante debate da Assembleia Geral da ONU sobre o uso do veto. As informações foram publicadas originalmente pelo jornal Global Times.

Segundo Fu, o bloqueio imposto por Washington contraria a pressão esmagadora da comunidade internacional por um cessar-fogo imediato. Ele destacou que os confrontos na Faixa de Gaza têm provocado “vítimas civis estarrecedoras e uma catástrofe humanitária, minando o limite da consciência humana e o Estado de Direito internacional”.

O diplomata ressaltou ainda que o Conselho de Segurança já tentou diversas vezes agir diante da escalada da violência, mas foi “repetidamente impedido pelos Estados Unidos”. O veto mais recente, em 18 de setembro, barrava uma resolução que exigia de Israel o levantamento imediato de todas as restrições ao acesso humanitário e à entrega de ajuda em Gaza.

Críticas ao papel dos EUA no conflito

Fu foi direto ao responsabilizar Washington pela ineficácia do Conselho:

 “Se não fosse pelo abuso repetido do veto pelos Estados Unidos, a resposta do Conselho de Segurança à crise de Gaza não teria sido tão inadequada. Se não fosse pelo escudo oferecido pelos Estados Unidos a Israel, as resoluções do Conselho e o direito internacional não teriam sido violados de forma tão flagrante”.

Ele também condenou a utilização da ajuda humanitária como arma de guerra, rejeitando a militarização da distribuição de suprimentos e os ataques contra civis que buscam auxílio e contra trabalhadores humanitários.

Apelo a Israel e defesa da solução de dois Estados

A China pediu que Israel cesse imediatamente todas as operações militares em Gaza e interrompa, de forma urgente, o plano considerado “perigoso” de tomar a cidade de Gaza. Fu reafirmou que a solução de dois Estados continua sendo “o único caminho viável” para resolver a questão palestina, defendendo ações concretas e irreversíveis da comunidade internacional para implementá-la, além da rejeição a qualquer medida unilateral que fragilize suas bases.

O embaixador concluiu afirmando que Pequim está disposta a trabalhar em conjunto com outros países para acabar com as hostilidades em Gaza e buscar uma paz “abrangente, justa e duradoura” para o povo palestino.

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