China pede que EUA respeitem princípio de uma só China e rejeita tentativas de distorcer a Resolução 2758 da ONU
Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afirma que Taiwan é parte inalienável da China e que não haverá dois sistemas de representação
247 – A China voltou a cobrar dos Estados Unidos o respeito ao princípio de “uma só China” e rejeitou tentativas de distorcer a Resolução 2758 da Assembleia Geral da ONU, aprovada em 1971. A declaração foi feita nesta segunda-feira (30) pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun, em coletiva de imprensa, segundo noticiou o Global Times.
Guo ressaltou que a questão de Taiwan está no “coração dos interesses centrais da China” e constitui a primeira linha vermelha que não pode ser ultrapassada nas relações entre Pequim e Washington. “O princípio de uma só China é uma norma básica nas relações internacionais e um consenso global. Cumpri-lo significa se opor à ‘independência de Taiwan’”, afirmou.
Resolução da ONU e ordem pós-guerra
O porta-voz lembrou que a Declaração do Cairo (1943) e a Proclamação de Potsdam (1945) já determinavam que Taiwan e as Ilhas Penghu deveriam ser devolvidas à China, estabelecendo as bases da ordem internacional após a Segunda Guerra Mundial.
Segundo Guo, foi com esse entendimento que, em 1971, a 26ª Assembleia Geral da ONU aprovou a Resolução 2758, restabelecendo todos os direitos legais da República Popular da China na organização. “A resolução reafirmou que há apenas uma China no mundo, que Taiwan é parte inalienável de seu território e que o governo da República Popular da China é o único legítimo a representar todo o país. Não existe ‘duas Chinas’ ou ‘uma China, uma Taiwan’”, destacou.
Tentativas fracassadas de dividir a China
Guo também recordou que, durante a elaboração da resolução, alguns países tentaram aprovar uma proposta de “dupla representação” para criar “duas Chinas” ou “uma China, uma Taiwan”. “Essa proposta nunca passou e foi abandonada. O que não aconteceu naquela época, certamente não acontecerá hoje”, afirmou.
Do ponto de vista jurídico, o porta-voz frisou que a resolução resolveu de forma definitiva a questão da representação da China nas Nações Unidas. Entre 1971 e 1972, diversos organismos da ONU expulsaram os chamados “representantes” de Taiwan e reconheceram os assentos legítimos de Pequim, em consonância com a decisão.
Apoio internacional ao princípio de uma só China
Na prática, desde então, tanto a ONU quanto outras organizações regionais e internacionais mantêm o princípio de uma só China, tratando Taiwan em documentos oficiais como “província de Taiwan, China”. Hoje, 183 países reconhecem oficialmente o governo de Pequim, destacou Guo.
Futuro de Taiwan e reunificação
Guo encerrou sua fala reafirmando que a reunificação é inevitável: “Quero enfatizar mais uma vez que o futuro da região de Taiwan está na reunificação da China. Com uma pátria forte e próspera, nossos compatriotas de Taiwan terão mais espaço para desenvolvimento, além de mais segurança e dignidade. Nada jamais impedirá a reunificação da China.”