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China se opõe a pressão dos EUA sobre o México em disputa geopolítica e acusa Washington de bullying comercial

Embaixada chinesa no México critica declarações de diplomata norte-americano e diz que os EUA tentam impor barreiras comerciais para manter monopólio

Trump e Claudia Sheinbaum (Foto: Reuters)

247 – A Embaixada da China no México reagiu de forma contundente às recentes declarações de Mark Johnson, encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no país latino-americano. Em evento sobre cooperação em semicondutores entre os dois países, Johnson afirmou que “os Estados Unidos não vão tolerar dependência de países como a China” no fornecimento de tecnologias críticas e que “o México precisa desempenhar um papel-chave nesse processo”.

As informações foram publicadas pelo jornal Global Times, que destacou a resposta imediata do governo chinês. Em comunicado oficial, a embaixada afirmou que tais falas revelam a verdadeira intenção dos EUA de impor sua competição geopolítica sobre terceiros.

Acusações de barreiras e ameaças comerciais

Segundo a representação diplomática chinesa, a retórica norte-americana de “não tolerar dependência” não passa de “uma prática explícita de barreiras comerciais, ameaças e bullying”.

A nota da embaixada acusa Washington de ignorar as necessidades reais de desenvolvimento do México e tentar transformá-lo em mero instrumento de sua estratégia geopolítica nas cadeias produtivas e de suprimento.

“Os Estados Unidos temem a concorrência justa e rejeitam a cooperação de ganhos mútuos. Sempre que observam avanços em setores estratégicos, apressam-se em rotular outros países como ‘dependentes’ e recorrem a ameaças, buscando manter o monopólio por meio da intimidação e da pressão”, afirmou o comunicado.

Impactos para o Sul Global

A embaixada destacou ainda que essa postura dos EUA não apenas fragiliza a ordem internacional do comércio, como também prejudica os interesses de países do Sul Global — incluindo o próprio México. Para Pequim, ao adotar esse tipo de prática, os Estados Unidos corroem sua própria credibilidade no cenário global.

“O objetivo não é promover o desenvolvimento de parceiros, mas sim ditar regras e condicionar relações comerciais à sua lógica de hegemonia”, pontuou o documento.

China defende multipolaridade e cooperação

Em contraposição ao discurso norte-americano, a China reiterou sua defesa de um mundo multipolar baseado na igualdade, em uma globalização econômica inclusiva e no combate a barreiras e coerções comerciais.

A nota diplomática recorreu até a uma metáfora popular para rebater a tentativa dos EUA de obstruir colaborações internacionais: “É como um louva-deus tentando deter uma carruagem — uma iniciativa fadada ao fracasso”.

O texto conclui com um apelo direto: “Exortamos os funcionários dos Estados Unidos a abandonarem a mentalidade de soma zero, respeitarem a ordem global do comércio e buscarem cooperação normal com outros países, em vez de recorrer à retórica dominadora do ‘não toleraremos’ para ditar condições aos demais”.

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