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China critica tarifas ‘recíprocas’ dos EUA na OMC e pede esforços para preservar ordem no comércio global de serviços

Governo chinês denuncia unilateralismo de Washington e alerta para impactos negativos das medidas sobre cadeias globais de valor

As bandeiras dos EUA e da China são vistas nesta ilustração (Foto: REUTERS/Dado Ruvic)

247 – A China criticou duramente as chamadas tarifas “recíprocas” impostas pelos Estados Unidos e pediu respeito às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), em reunião do Conselho realizada em Genebra na sexta-feira (3). Segundo reportagem da China Media Group (CMG), divulgada pelo Global Times, Pequim classificou as medidas norte-americanas como unilaterais e protecionistas, alertando para seus efeitos nocivos no comércio global de serviços.

De acordo com o documento de posição apresentado pela delegação chinesa, as tarifas aplicadas pelos EUA desencadearam turbulências no comércio internacional, com impactos diretos sobre o setor de serviços, que se consolidou como um dos motores do crescimento do intercâmbio mundial. “As medidas restritivas dos Estados Unidos minam a confiança empresarial, prejudicam cadeias de suprimentos e ferem os interesses legítimos dos membros da OMC e a própria base do sistema multilateral de comércio”, diz o texto.

Críticas à narrativa norte-americana

O posicionamento chinês destacou ainda o que chamou de “duplo padrão” na política comercial de Washington. Embora os EUA sejam historicamente o maior exportador mundial de serviços e mantenham superávit consistente nesse setor, o governo norte-americano insiste em adotar uma narrativa centrada em supostos prejuízos no comércio de bens, ignorando os ganhos obtidos com serviços. Para a China, trata-se de um discurso “intencionalmente unilateral e enganoso”.

Na OMC, Pequim afirmou estar disposta a ampliar a abertura de seu setor de serviços e contribuir para um ambiente comercial mais estável e previsível. “Os Estados Unidos devem cumprir seriamente as regras da OMC, fortalecer o diálogo e a cooperação com todas as partes, e, juntos, manter a prosperidade e a estabilidade do comércio global de serviços”, enfatizou a delegação chinesa.

Apoio de outros países

A posição da China recebeu apoio de países como Índia, Brasil, Egito e Paquistão, que ressaltaram a importância de preservar o sistema multilateral baseado em regras. Esses países defenderam uma ordem comercial aberta, inclusiva, estável e não discriminatória como condição essencial para o desenvolvimento sustentável.

Segundo a CMG, os membros que apoiaram a manifestação chinesa também lembraram que os serviços são hoje parte fundamental das cadeias globais de valor e que o futuro do comércio mundial depende da previsibilidade regulatória e da cooperação entre nações.

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