Autoridades de Taiwan atuam como cúmplices dos EUA para esvaziar indústrias locais, diz porta-voz do continente

247 – A porta-voz do Departamento dos Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado da China, Zhu Fenglian, afirmou nesta quarta-feira (13) que as autoridades do Partido Progressista Democrático (DPP) são “o maior cúmplice” dos Estados Unidos na estratégia de esvaziar as indústrias de Taiwan. A declaração foi publicada pelo Global Times e surge após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar que imporá tarifas de 100% sobre importações como semicondutores e afirmar que a fabricante taiwanesa TSMC construirá no Arizona a maior fábrica de wafers do mundo, com investimento de US$ 300 bilhões.

Segundo Zhu, a reação interna a investimentos anteriores da TSMC nos EUA já havia sido negativa. “Quando a TSMC anunciou anteriormente um investimento adicional de US$ 100 bilhões nos Estados Unidos, isso provocou pânico e insatisfação pública em Taiwan; um plano de US$ 300 bilhões corroeria ainda mais a vitalidade econômica e a autonomia da ilha”, afirmou.

A porta-voz acusou o DPP de ter “cedido indústrias-chave aos EUA”, ocultado negociações sobre tarifas e enganado repetidamente a população, demonstrando não ter “nem vontade nem capacidade de proteger a economia e o bem-estar do povo de Taiwan”. Zhu apelou para que as autoridades mudem de rumo e para que a população “se una para defender seus interesses”.

O anúncio de Trump sobre as tarifas e o projeto bilionário no Arizona se insere em um contexto de acirrada disputa tecnológica entre Pequim e Washington, especialmente no setor de semicondutores, considerado estratégico para segurança nacional e competitividade industrial. Para Pequim, a política dos EUA visa não apenas conter o avanço tecnológico da China, mas também enfraquecer economias aliadas que possam competir com a indústria americana.

Com o crescimento da produção de chips em solo norte-americano e a transferência de capacidade produtiva da TSMC para fora de Taiwan, críticos alertam que a ilha pode perder gradualmente sua liderança no setor, fragilizando sua economia e capacidade de inovação. A fala de Zhu reforça a percepção de que, para Pequim, a atual política do DPP está alinhada a interesses externos em detrimento da autonomia e do desenvolvimento local.