China lança pacote de estímulo com subsídios a empréstimos para consumo e serviços
Medida prevê até 3 mil yuans por pessoa em juros subsidiados para crédito ao consumo e apoio a oito setores de serviços, buscando impulsionar a demanda
247 – Em mais uma ação para impulsionar o consumo doméstico, o governo da China anunciou um novo pacote de estímulo que inclui subsídios a empréstimos pessoais e para empresas de serviços. A informação foi divulgada pelo Global Times e detalha que a medida, que entra em vigor em 1º de setembro de 2025 e vai até 31 de agosto de 2026, prevê até 3 mil yuans (cerca de US$ 417) por pessoa em juros subsidiados para crédito ao consumo.
Segundo o Ministério das Finanças, o objetivo é reduzir o custo do crédito para famílias, estimular o potencial de consumo e acelerar o desenvolvimento econômico. O subsídio vale apenas para empréstimos efetivamente usados para consumo, excluindo operações com cartão de crédito, e que possam ser comprovados por meio da conta de desembolso do empréstimo.
Apoio ao setor de serviços
Paralelamente, o Ministério das Finanças e outros oito órgãos do governo lançaram um plano de subsídios a juros para empresas de oito setores de serviços: alimentação e hospedagem, saúde, cuidados para idosos, creches, serviços domésticos, cultura e entretenimento, turismo e esportes.
Para se qualificar, os empréstimos devem ser concedidos entre 16 de março e 31 de dezembro deste ano e aplicados em melhorias na infraestrutura de consumo ou na capacidade de oferta de serviços. O subsídio será de até 1 ponto percentual ao ano por, no máximo, 12 meses, sendo 90% do valor pagos pelo governo central e 10% pelos governos provinciais. O valor máximo do empréstimo elegível é de 1 milhão de yuans (cerca de US$ 140 mil).
Repercussão no setor financeiro
Grandes bancos, como China Construction Bank, Bank of China, Bank of Communications e Agricultural Bank of China, já anunciaram medidas para implementar a política de subsídio de juros a partir de 1º de setembro. O vice-ministro das Finanças, Liao Min, afirmou que as medidas representam “mais um experimento inovador de apoio fiscal e financeiro coordenado para impulsionar o consumo doméstico” e poderão ser combinadas com programas já existentes, como o de troca de eletrodomésticos e automóveis.
O economista Song Xiangqing, vice-presidente da Associação de Economia do Comércio da China, classificou o pacote como uma “ferramenta de precisão” para estimular a economia. “Ao reduzir os custos de financiamento para os prestadores de serviços, a política pode acelerar o consumo interno ao oferecer melhores experiências ao consumidor”, disse ao Global Times.
Dong Ximiao, pesquisador-chefe da Merchants Union Consumer Finance Co., destacou que os subsídios terão efeito duplo: “Para o consumo, reduzem o custo do crédito, estimulam o gasto e ajudam a expandir a demanda e estabilizar preços; para o setor de serviços, reduzem o custo de financiamento, estabilizam o fluxo de caixa, apoiam o emprego e impulsionam a recuperação industrial”.
Contexto e expectativas
O estímulo faz parte de uma estratégia mais ampla do governo chinês para fortalecer o consumo como motor central do crescimento econômico. Em 2024, a China já havia emitido 150 bilhões de yuans em títulos públicos especiais de longo prazo para apoiar programas de troca de bens de consumo, resultando em vendas de mais de 1,3 trilhão de yuans.
Dados do primeiro semestre de 2025 mostram que as vendas no varejo de bens de consumo cresceram 5% em relação ao ano anterior, enquanto o varejo de serviços avançou 5,3%. A expectativa, segundo Wang Bo, do Ministério do Comércio, é de que o pacote fiscal impulsione ainda mais o consumo no segundo semestre, consolidando a recuperação econômica.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: