Liana Cirne Lins: "Não se pode dizer que Tarcísio é da direita cheirosa"

247 - Em recente participação na TV 247, a jurista Liana Cirne Lins fez duras críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apontando que ele ultrapassou limites políticos e legais. Lins, que é reconhecida por sua atuação em temas jurídicos ligados à proteção da democracia e à defesa dos direitos constitucionais, afirmou que a imagem de Tarcísio como "da direita cheirosa" caiu com suas ações recentes, que, segundo ela, configuram crimes contra o Estado democrático de direito.

Em relação aos atos do governador, Lins explicou que a sua postura no 7 de setembro, quando se posicionou contra o Supremo Tribunal Federal (STF), configura uma tentativa de coação no curso do processo. "Para mim é evidente que Tarcísio cometeu crime", afirmou. Segundo ela, o governador de São Paulo não apenas desrespeitou as instituições, mas também fez apologia à abolição violenta do Estado democrático de direito, um crime tipificado no Código Penal brasileiro.

A jurista também ressaltou que, ao atacar o STF e criticar a atuação da Corte, Tarcísio tentou influenciar o julgamento de processos em andamento, configurando uma tentativa de coação. "Isso é apologia à abolição violenta do Estado democrático de direito", disse Lins, sublinhando a gravidade de seus atos, que, para ela, devem ser punidos conforme a lei. Ela ainda fez um paralelo com as ações de outros políticos e ressaltou que o ataque às instituições da República não deve ser tolerado.

Liana Cirne Lins, que foi a primeira jurista no Brasil a levantar a tese de coação no curso do processo em contextos semelhantes, como no caso de reuniões que buscavam impedir o julgamento de figuras políticas, foi enfática ao afirmar que é fundamental que o Judiciário aja dentro de suas atribuições, cumprindo as leis previstas para a criminalização de tentativas de golpe e de abolição do Estado democrático.

"Bolsonaro está quase no caminho para a Papuda", destacou, citando as consequências das ações de figuras políticas que atuam contra o Estado de direito. Lins apontou que o STF, ao julgar essas questões, está cumprindo o seu papel de preservar a democracia e a independência dos poderes, e que ataques como os de Tarcísio precisam ser devidamente tratados pela justiça.

A jurista concluiu, ainda, que as recentes posturas de Tarcísio expõem a fragilidade da direita tradicional no Brasil, que, segundo ela, se vê obrigada a justificar comportamentos que ultrapassam os limites da legalidade e da ética política. Ela sugeriu que o mercado e seus aliados terão de lidar com a nova imagem do governador, afastando-se de sua imagem inicial de político moderado, ou, alternativamente, terão de buscar um novo representante para seus interesses.

Liana Cirne Lins deixou claro que, para ela, as ações de Tarcísio e de outros políticos que atacam o sistema democrático precisam ser tratadas com seriedade pela Justiça, para que a democracia brasileira seja preservada e os responsáveis por esses atos possam ser punidos conforme a lei. Assista: