Radicalização de Tarcísio é sinal para reeleição em SP, dizem aliados
Aliados do governador afirmam que estratégia é consolidar voto conservador em São Paulo para reeleição
247 - No último domingo (7), durante uma manifestação bolsonarista na Avenida Paulista, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fez um comentário polêmico ao se referir ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, como "ditador". Esse ataque gerou interpretações distintas no cenário político, mas, de acordo com aliados próximos de Tarcísio, o episódio pode ser encarado como uma estratégia para consolidar sua base eleitoral no Estado, com vistas à sua reeleição em 2026, segundo o Metrópoles.
Dois importantes aliados do governador, que preferiram não ser identificados, acreditam que a atitude de Tarcísio foi calculada e não indicaria uma intenção de se lançar na disputa presidencial contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O raciocínio é de que Tarcísio seria estratégico em suas declarações e não tomaria atitudes que pudessem prejudicar suas relações com o Supremo, caso sua meta fosse a Presidência. Para um aliado, o ataque a Moraes ocorreu no "calor do momento", impulsionado pela multidão que pedia o "Fora, Moraes", mas com um objetivo mais amplo de agradar a base bolsonarista, sem romper completamente com o STF.
A guinada mais radical do governador, que teve início na semana anterior com a articulação pela aprovação da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, faz parte de uma estratégia para manter a fidelidade do bolsonarismo. Em um cenário onde as pesquisas apontam Tarcísio como favorito à reeleição em 2026, a estratégia visa consolidar o apoio dos eleitores conservadores no interior paulista e afastar qualquer tentativa de um candidato mais à direita tentar "roubar" seus votos.
Um dos aliados ouvidos destaca que não faria sentido o governador radicalizar em seu discurso para agradar o clã Bolsonaro e, ao mesmo tempo, correr o risco de perder o apoio do centro em uma futura corrida presidencial. A quebra da boa relação com o STF seria um "péssimo começo" para qualquer candidatura presidencial, já que isso implicaria em um confronto direto com um dos principais antagonistas do bolsonarismo.