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Liana Cirne Lins: "Eduardo Bolsonaro deve ser julgado no STF em 2026"

Liana Cirne Lins: "Eduardo Bolsonaro deve ser julgado no STF em 2026"

Liana Cirne Lins: "Eduardo Bolsonaro deve ser julgado no STF em 2026" (Foto: Divulgação)

247 - A vereadora do Recife Liana Cirne Lins (PT) avaliou que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) só deve ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal em 2026. A declaração foi dada em participação no Bom Dia 247. “É inviável que nós tenhamos julgamento de fato de Eduardo Bolsonaro ainda em 2025”, afirmou, ao lembrar que, embora a Polícia Federal tenha indiciado o parlamentar, a Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda não apresentou denúncia. Segundo a vereadora, na melhor das hipóteses, a admissibilidade da denúncia poderia ocorrer até o fim de 2025, mas o julgamento ficaria para depois.

Liana explicou que a acusação deve abranger coação no curso do processo e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, com possibilidade de inclusão do crime de atentado à soberania. “Me parece que o crime mais óbvio é o crime de atentado à soberania”, disse, ao citar ameaças econômicas e militares ventiladas por aliados do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para a vereadora, o calendário já avançado e a ausência da peça acusatória tornam “inviável” qualquer julgamento neste ano.

O programa também discutiu pressões políticas e responsabilidades da Câmara dos Deputados, enquanto a PGR conduz frentes complexas e simultâneas de investigações. Em outro momento, Liana comentou a ação civil pública do Ministério Público Federal em São Paulo que pede o cancelamento da concessão da Jovem Pan por disseminação de desinformação sobre as urnas eletrônicas e defesa de pautas golpistas. “Você não pode ter uma concessão pública para disseminar notícias falsas. Isso é proibido por lei”, afirmou, defendendo que o caso sirva de gatilho para um debate mais amplo sobre comunicação pública, regularização de rádios comunitárias e cumprimento das obrigações previstas no Código Brasileiro de Telecomunicações por concessionárias privadas.

A entrevistada celebrou ainda o pedido do presidente Lula para que a equipe econômica estude reduzir ou zerar tarifas no transporte público. Ela defende que a tarifa zero alcance também os metrôs, com gestão predominantemente pública, e criticou processos de privatização em curso. Ao relacionar mobilidade e inclusão, resumiu: “A tarifa zero é igual a direito à cidade”, argumentando que o financiamento pode vir de tributação dos super-ricos, do sistema financeiro e das apostas, em linha com a lógica do subsídio cruzado e do Estado social.

Na frente política, Liana afirmou que a pauta da anistia a envolvidos em atos antidemocráticos perdeu tração. “O Centrão abandonou o projeto de anistia”, disse, avaliando que a resistência no Senado e o custo político da proposta tornam improvável sua aprovação. Para ela, o Congresso deve priorizar medidas como a ampliação da isenção do Imposto de Renda para faixas de menor renda e pautas econômicas de interesse público.

A entrevista do Bom Dia 247 reuniu ainda avaliações sobre a disputa presidencial e os desdobramentos jurídicos envolvendo o bolsonarismo. No centro da conversa, permaneceu a leitura de que o andamento do caso Eduardo Bolsonaro dependerá do movimento da PGR, e que, pela janela atual, o julgamento no STF tende a ficar para 2026. Assista: 

 

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