Manobra para salvar mandato de Eduardo Bolsonaro é um “escândalo”, diz Randolfe
A oposição nomeou Eduardo como líder da Minoria na Câmara, o que garante justificativa para faltas no plenário
247 - O senador Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, classificou como uma “manobra escandalosa” a escolha do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para o posto de líder da minoria na Câmara dos Deputados. As informações são do Metrópoles.
Segundo Randolfe, a decisão dribla o regimento interno da Casa, já que o cargo de líder pode ser usado como justificativa para ausências. O parlamentar lembrou que Eduardo Bolsonaro está há meses nos Estados Unidos e acusou o deputado de “conspirar contra os interesses do Brasil”.
Críticas à legalidade da manobra
Na entrevista, Randolfe ironizou a situação, afirmando que o Congresso vive agora “o inusitado fato da existência do líder da bancada estrangeira”. Ele questionou a legitimidade da medida, destacando que, em vez de ser investigado, o deputado foi promovido:
“Nós temos um parlamentar exercendo o mandato fora do Brasil, pior, conspirando contra o Brasil e este parlamentar, ao invés de ser investigado pela Câmara dos Deputados, pelo Congresso Nacional, ele é promovido. Ele se torna líder. Líder da conspiração contra os interesses brasileiros”, disse.
Brecha regimental e justificativa de faltas
Randolfe reconheceu que a medida é regimentalmente possível, mas a classificou como um uso indevido da prerrogativa de liderança. Ele explicou que o posto de líder permite a ausência em sessões, já que exige atuação também em negociações e reuniões externas.
“Veja o quão absurdo é: o líder justifica faltas porque a atividade do líder exige não somente atuação em plenário, mas também em negociações e encontros. Está sendo feito um drible, uma esperteza no fundamento”, declarou o senador.
Risco de blindagem contra cassação
Para Randolfe, a manobra tem como objetivo blindar Eduardo Bolsonaro de uma eventual perda de mandato por excesso de faltas. Ele classificou a situação como uma estratégia para “inocentá-lo de uma eventual cassação”, aproveitando-se de um mecanismo interno para proteger o deputado.