Mandato de Eduardo Bolsonaro ‘é uma desmoralização para a Câmara e uma ofensa ao país’, diz Gleisi
Oposição oficializou deputado como líder da Minoria, em manobra que evita sua cassação por faltas
247 - A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou nesta quarta-feira (17) a oficialização de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como líder da Minoria na Câmara dos Deputados. A nomeação foi confirmada pelo Partido Liberal após a renúncia da deputada Caroline de Toni (PL-SC), que agora assume a vice-liderança do bloco oposicionista.
Gleisi afirmou que a escolha representa um ataque às instituições e ao país. “Manobra vergonhosa oficializa o traidor da pátria Eduardo Bolsonaro como líder da bancada golpista. É uma desmoralização para a Câmara e uma ofensa ao país. Não é apenas pelas faltas que ele tem de ser cassado, é por conspirar contra o Brasil e os brasileiros junto ao governo de Donald Trump”, escreveu a ministra.
Contexto da mudança na liderança
O movimento foi articulado pelo PL como forma de blindar Eduardo Bolsonaro de uma eventual cassação por faltas nas sessões deliberativas da Casa. O deputado está ausente das votações há mais de dois meses e, caso o quadro permanecesse inalterado, poderia perder automaticamente o mandato a partir do próximo ano.
Caroline de Toni, que ocupava o posto, renunciou em favor do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar da troca, ela continuará exercendo papel central no plenário, já que será responsável por representar a bancada durante as ausências do novo líder.
Eduardo Bolsonaro e o alinhamento com Trump
O deputado federal, que chegou a se licenciar do mandato entre março e julho deste ano para morar nos Estados Unidos, não voltou a registrar presença em plenário. Desde então, tem sido apontado como principal articulador das sanções impostas pelo governo do presidente norte-americano Donald Trump contra o Brasil, em vigor desde agosto.
Essas sanções têm como objetivo pressionar pela reversão da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e outros delitos.