“A voz de Lula precisa se erguer pela libertação dos brasileiros detidos por Israel”, diz Breno Altman
Jornalista defende posicionamento firme do presidente diante da prisão de ativistas da flotilha humanitária, incluindo parlamentares brasileiros
247 - Durante sua participação no programa Bom Dia 247, o jornalista Breno Altman cobrou uma postura mais enfática do governo brasileiro em relação à detenção de ativistas da Flotilha Global Sumud, entre eles cidadãos e uma parlamentar do Brasil, mantidos sob custódia de Israel.Segundo Altman, o Itamaraty já se manifestou oficialmente, mas o caso exige uma resposta mais contundente. “Acho que tem que aumentar a pressão internacional e a pressão do Brasil sobre Israel. O Itamaraty se pronunciou, mas a gravidade do assunto deveria levar o presidente da República a se pronunciar a esse respeito”, afirmou.
A entrevista foi concedida ao programa da TV 247, em meio à crescente preocupação com a situação dos brasileiros que participavam da missão humanitária em direção à Faixa de Gaza.
Pressão internacional e papel do presidente
Altman ressaltou que a voz do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é essencial para amplificar o apelo internacional pela libertação dos detidos. “O Presidente Lula ainda não se pronunciou. A voz dele dá maior visibilidade e potência ao tema. Espero que isso venha acontecer nas próximas horas, que o presidente se manifeste claramente pela libertação imediata dos brasileiros e dos demais ativistas ilegalmente detidos por Israel”, disse.O jornalista acrescentou que o episódio ultrapassa a esfera diplomática e deve ser tratado como uma questão de Estado. “É necessário transformar isso numa questão de Estado, e somente quem pode fazê-lo é o presidente da República, quando se pronuncia como chefe de Estado e de governo”, declarou.
Situação dos detidos e denúncias de maus-tratos
De acordo com informações do corpo consular brasileiro em Tel Aviv, os ativistas estariam passando por procedimentos jurídicos de deportação, aguardando o retorno ao país. Altman, no entanto, destacou relatos preocupantes. “Israel não apenas deteve ilegalmente os ativistas, como há informações bastante sólidas de maus-tratos e até mesmo de humilhações e torturas”, alertou.Entre os detidos estão o ativista Thiago Ávila, que segundo familiares estaria em greve de sede, e a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE). O jornalista enfatizou que a presença de uma parlamentar entre os presos torna a omissão ainda mais grave: “É uma deputada brasileira aprisionada ilegalmente. Isso por si só já exige uma resposta imediata do governo”.
Mobilização global e isolamento de Israel
Altman analisou também o impacto político e simbólico do episódio, lembrando que o caso da flotilha serviu como gatilho para grandes manifestações em defesa da Palestina. “Tivemos manifestações gigantescas em Amsterdã, Roma, Barcelona e várias cidades dos Estados Unidos. Foram milhões de pessoas que se mobilizaram nas últimas 72 horas”, afirmou.Para ele, o movimento tem duplo efeito: expressa solidariedade ao povo palestino e denuncia o isolamento crescente de Israel. “Jamais o regime sionista esteve tão enfraquecido diante da opinião pública internacional, e jamais a causa palestina teve tanta solidariedade”, avaliou.
“Não se trata apenas de ajuda humanitária”
Ao comentar o significado político da flotilha, Altman explicou que a iniciativa foi planejada como uma ação de denúncia internacional. “Todo mundo sabia que a flotilha jamais conseguiria chegar em Gaza. Não se tratava de ajuda humanitária pura e simplesmente, mas de desmascarar o regime sionista e demonstrar que ele rechaça a ajuda humanitária ao povo palestino”, disse.Segundo o jornalista, essa estratégia bem articulada conseguiu gerar uma mobilização global. “Foi uma operação humanitária com um objetivo político: colocar nu o regime sionista. Por isso a voz do presidente Lula precisa ser ouvida neste momento em que o mundo se levanta contra o sequestro dos ativistas”, concluiu.
Altman encerrou sua análise reiterando o apelo para que o governo brasileiro assuma papel ativo na libertação dos detidos e reforce a condenação internacional às ações de Israel. Para ele, a ausência de um pronunciamento direto de Lula compromete o peso político do Brasil na defesa de seus cidadãos e na luta humanitária em curso. Assista: