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Palestinos pedem à ONU criação de mecanismo internacional para localizar desaparecidos em Gaza

ONG denuncia que mais de 8 mil pessoas seguem desaparecidas e cobra pressão global sobre Israel para permitir operações de busca e identificação

Palestinos inspecionam escombros de uma mesquita destruída em ataques israelenses, no norte da Faixa de Gaza (Foto: REUTERS/Anas al-Shareef)

247 - O Centro Palestino para Pessoas Desaparecidas apelou à comunidade internacional para que pressione Israel a autorizar a entrada de equipes de resgate e equipamentos técnicos na Faixa de Gaza. O objetivo é recuperar e identificar corpos de milhares de pessoas desaparecidas desde o início do conflito que já dura dois anos.

De acordo com informações publicadas pela agência Prensa Latina, a organização também instou a Comissão Internacional sobre Desaparecimentos Forçados a exigir de Israel a divulgação das listas de desaparecidos e dos locais de valas comuns. Segundo o centro, a falta de informações concretas sobre o paradeiro das vítimas constitui “um crime” e representa “uma violação ao dever legal e humanitário de esclarecer o destino dessas pessoas”.

Tragédia humanitária e apelo à ONU

O Centro Palestino para Pessoas Desaparecidas estima que entre 8.000 e 9.000 pessoas estejam desaparecidas no enclave costeiro desde o início das hostilidades, que já causaram mais de 67.000 mortes. Milhares de famílias continuam à procura de parentes entre escombros, sepulturas improvisadas e prisões, sem qualquer informação confiável.

“Estamos tendo dificuldades para documentar completamente a situação devido à agressão em andamento, à falta de comunicação, à dificuldade de acesso às áreas destruídas e à presença militar israelense”, destacou a instituição em comunicado.

Em nota divulgada dias antes, o centro classificou o cenário como “uma tragédia humanitária que exige uma intervenção internacional imediata”, pedindo que a Organização das Nações Unidas (ONU), o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho liderem as ações de busca. O apelo inclui o envio de equipamentos pesados, equipes de resgate especializadas, peritos forenses e técnicos de identificação por DNA para auxiliar na localização das vítimas.

Obstáculos às operações de resgate

A ONG alertou ainda que os contínuos bombardeios israelenses têm dificultado diretamente qualquer esforço humanitário de busca e recuperação de corpos. Mesmo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigir publicamente o fim dos ataques em Gaza, os bombardeios continuam, agravando a crise humanitária e impedindo o trabalho de socorristas.

O Centro Palestino para Pessoas Desaparecidas reforçou que a transparência sobre o destino dos desaparecidos é uma obrigação moral e jurídica que não pode ser adiada. O grupo insiste que apenas com a intervenção direta da ONU e de organismos internacionais será possível encerrar o ciclo de incerteza que afeta milhares de famílias palestinas.

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