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"O que Israel fez foi um sequestro e uma violação do direito internacional", afirma Lara Souza

A coordenadora da Delegação Brasileira da Flotilha denunciou o sequestro em águas internacionais e as violações de direitos humanos cometidas por Israel

"O que Israel fez foi um sequestro e uma violação do direito internacional", afirma Lara Souza (Foto: Reprodução redes sociais)

247 - A coordenadora da Delegação Brasileira da Flotilha pela Liberdade, Lara Souza, denunciou que os ativistas brasileiros detidos por Israel foram sequestrados em águas internacionais e submetidos a maus-tratos e violações de direitos humanos. As declarações foram feitas em entrevista ao Brasil Agora, da TV 247, na segunda (6), um dia antes da libertação dos integrantes da flotilha, entre eles o ativista e educador Thiago Ávila, seu marido.

Segundo Lara, a interceptação da embarcação humanitária pela marinha israelense foi uma grave afronta ao direito internacional. “O que Israel fez foi um sequestro e uma violação do direito internacional”, afirmou. Ela explicou que o grupo, composto por ativistas de diversos países, navegava pacificamente rumo a Gaza quando foi capturado fora do mar territorial israelense.

“Eles estão sendo acusados de terem entrado ilegalmente em território israelense, o que é mentira. Eles foram sequestrados em águas internacionais e levados à força para Israel”, denunciou.


Lula condena sequestro e exige libertação imediata

Um dia antes da libertação dos ativistas brasileiros, o presidente Lula condenou a detenção dos ativistas e exigiu sua libertação imediata, endossando a denúncia feita por Lara afirmando que “o Estado de Israel violou as leis internacionais ao interceptar os integrantes da Flotilha Global, entre eles cidadãos brasileiros, fora do seu mar territorial”.

O presidente determinou ao Ministério das Relações Exteriores que adotasse todas as medidas diplomáticas e legais necessárias para garantir a segurança e o retorno dos brasileiros ao país. Lara Oliveira reconheceu a importância da postura do governo, mas cobrou ações concretas.

“Foi importantíssimo o pronunciamento do presidente Lula. Mas esperamos também medidas concretas, como sanções e rompimento de relações, porque o que Israel fez foi um sequestro e uma violação do direito internacional”, declarou.


Denúncias de tortura e más condições nas prisões israelenses

Durante a entrevista, Lara relatou que os ativistas enfrentaram violência física e psicológica, alimentação precária e restrição de acesso a advogados. “Os advogados foram impedidos de entrar. O governo israelense só permitiu dois advogados para mais de trezentos presos. Foi impossível que todos fossem atendidos”, afirmou.

Segundo Lara, os relatos recebidos de familiares e advogados indicam situações degradantes, com pessoas algemadas, vendadas e impedidas de usar o banheiro por horas.


Campanha de desinformação e criminalização dos ativistas

A coordenadora também denunciou uma campanha de desinformação que tentam associar os ativistas ao terrorismo.

“Há uma propaganda sionista muito poderosa, com muito dinheiro e apoio de algoritmos. Eles tentam descredibilizar a ação e os ativistas. É uma tentativa de impedir a solidariedade internacional”, afirmou.

Lara lembrou que as flotilhas humanitárias são uma tradição de resistência pacífica que existe há 18 anos, desde o início do bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza. “Nosso objetivo é romper o cerco ilegal e levar ajuda humanitária ao povo palestino. Se isso acontece com pessoas conhecidas e europeus, imagina o que não fazem com os palestinos”, destacou.

Ela defende que a pressão popular e diplomática são essenciais para garantir o fim das agressões e responsabilizar o governo israelense. “O mais importante é ir às ruas, falar sobre a Palestina, cobrar medidas concretas do governo e romper o silêncio. As flotilhas são uma iniciativa da sociedade civil. Se os governos não fazem, nós fazemos”, afirmou.

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