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Lula avalia taxar fintechs após derrota na Câmara

Após Câmara derrubar MP, Lula propõe medidas para cobrar impostos de fintechs e resolver problemas fiscais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - 13/08/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou nesta quinta-feira (9) sobre a rejeição da Medida Provisória (MP) que propunha o aumento da arrecadação, sofrendo uma derrota na Câmara dos Deputados. Durante entrevista à rádio Piatã, da Bahia, o presidente afirmou que irá buscar soluções alternativas para lidar com a situação fiscal do país, com foco na cobrança de impostos das fintechs. Ele revelou que se reunirá com membros do governo na próxima semana para discutir medidas para garantir que o sistema financeiro, especialmente as fintechs, pague os impostos devidos.

"Eu liguei para o Haddad [ministro da Fazenda], para a Gleisi [ministra das Relações Institucionais] e disse: vamos relaxar, não vamos perder o final de semana discutindo o que aconteceu ontem no Congresso Nacional", disse Lula, de acordo com a Folha de S. Paulo

O presidente destacou que após compromissos de viagem, reunirá sua equipe para definir os próximos passos. "Eu estou indo para a Bahia, da Bahia para São Paulo, e de São Paulo para Roma para discutir a questão da aliança global contra a fome e a miséria", completou, reafirmando a agenda internacional.

"Eu volto na quarta-feira e aí, sim, eu vou reunir o governo para discutir como é que a gente vai propor que e o sistema financeiro, sobretudo as fintechs, que tem fintechs maior que banco, que elas paguem o imposto devido a esse país", completou.

Impacto da derrubada da MP

A rejeição da MP na Câmara representa um revés significativo para o governo Lula, que via a medida como essencial para garantir a arrecadação fiscal e viabilizar ajustes no orçamento de 2026, ano eleitoral. A decisão ocorreu na noite de quarta-feira (8), com 251 votos a favor da retirada de pauta da MP, que agora perde sua validade. A medida tinha como objetivo principal ajustar as contas públicas e restringir despesas obrigatórias.

Com a queda da MP, o governo precisará fazer ajustes em 2025, incluindo um bloqueio de R$ 35 bilhões nas despesas. A situação cria um cenário desafiador, especialmente com o ano eleitoral se aproximando. "A derrota foi orquestrada por grupos políticos do Centrão e da bancada ruralista, que buscaram limitar o espaço fiscal de Lula", afirmam especialistas.

Busca por soluções fiscais

Apesar da derrota, Lula mantém a esperança de resolver a situação. A proposta de taxar as fintechs, que têm se tornado cada vez mais influentes, reflete a busca do governo por fontes alternativas de arrecadação.

Relações internacionais e contato com Trump

Lula também falou sobre sua conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele afirmou que ficou surpreso com a cordialidade do diálogo. "Ele me ligou da forma mais gentil que um ser humano pode lidar com outro", relatou. A conversa, que visava discutir questões fiscais, levou o presidente brasileiro a solicitar a retirada de taxas sobre produtos brasileiros. 

"Eu disse que precisava retirar a taxação dos produtos brasileiros, que ele tinha sido mal informado. Agora começa outro momento. Ainda ontem, a pessoa que ele indicou, que é o secretário de Estado Marco Rubio, ligou para o meu ministro Mauro Vieira. Talvez a conversa comece a partir de agora", disse o presidente. 

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