HOME > Economia

Congresso rejeita MP e Haddad diz que "todas as alternativas" serão apresentadas a Lula

Medida Provisória rejeitada causará impacto negativo de R$ 46,5 bilhões no orçamento até 2026

Brasília (DF), 01/07/2025 - Fernando Haddad e Luiz Inácio Lula da Silva participam do lançamento do Plano Safra 2025/26, no Palácio do Planalto (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quinta-feira (9) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá uma análise completa de todas as alternativas possíveis após a rejeição da medida provisória pelo Congresso Nacional. "Todas as alternativas vão passar pelo crivo da Presidência. Geralmente, quando vamos ao presidente, vamos com vários cenários", afirmou o ministro nesta quinta-feira (9), de acordo com O Globo.

Congresso derruba MP e impõe revés ao governo

Na quarta-feira (8), os parlamentares decidiram não analisar a medida provisória que havia sido editada como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A votação registrou 251 votos contrários contra 193 favoráveis à análise do texto no plenário. Como a validade da MP encerrou-se na mesma data, a decisão resultou na rejeição definitiva da proposta.

A medida provisória tinha como objetivo principal compensar a perda de arrecadação com a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais, aprovada pelo Congresso uma semana antes. O texto previa a tributação de títulos de investimento e a cobrança retroativa de empresas de apostas online, as chamadas bets.

Impacto bilionário no orçamento

Com a derrubada da MP, o governo federal enfrentará um rombo de R$ 46,5 bilhões nas contas públicas até 2026. Deste montante, R$ 31,6 bilhões correspondem à frustração de receitas previstas, enquanto R$ 14,9 bilhões dizem respeito a medidas de contenção de gastos que não poderão mais ser implementadas.

A proposta original buscava reforçar os cofres públicos por meio de diversas frentes. Entre as principais iniciativas estavam a elevação da tributação sobre empresas de apostas online e instituições financeiras digitais, além da taxação de ativos financeiros considerados isentos, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito Agropecuário (LCA).

Resistência do setor produtivo

O texto enfrentou forte oposição de diversos setores da economia. A medida provisória também previa o aumento da alíquota de Imposto de Renda sobre a distribuição de Juros sobre o Capital Próprio (JCP), que saltaria de 15% para 20%. Além disso, havia dispositivos para restringir compensações tributárias consideradas indevidas pelo governo.

Artigos Relacionados

Carregando anúncios...