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Indefinição do Ibama faz Petrobras acumular R$ 180 mi com custos de sonda parada na Margem Equatorial

Companhia aguarda autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis para iniciar a perfuração de poços

Sonda de perfuração NS-42 (Foto: Divulgação Foresea/Agência Petrobras)

247 - A Petrobras já acumula aproximadamente R$ 180 milhões em gastos para manter parado o navio-sonda NS-42 na Margem Equatorial, no litoral do Amapá. O equipamento chegou à região em 18 de agosto e aguarda autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar a perfuração de poços.

De acordo com a Reuters, a sonda tem custo diário de R$ 4 milhões, valor confirmado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e por uma fonte da estatal. “Até agora já se perdeu R$ 180 milhões com a sonda parada lá, mais de R$ 4 milhões por dia”, afirmou a fonte, em condição de sigilo.

Histórico de atrasos e custos elevados

Esse cenário remete a uma situação semelhante entre 2022 e 2023, quando a Petrobras levou outro equipamento à mesma área e o manteve inativo por meses. O Ibama negou a licença após questionamentos sobre a eficácia do plano de resposta a emergências, o que levou à desmobilização da sonda em maio de 2023.

Simulado de emergência mobilizou maior estrutura da estatal

Em agosto deste ano, a companhia organizou o maior exercício de resposta a acidentes ambientais de sua história. Foram mobilizados mais de 400 profissionais, embarcações de grande porte e aeronaves para demonstrar ao Ibama a capacidade de atuação em caso de derramamento de óleo na região, considerada de alta sensibilidade ambiental. O teste foi aprovado pelo órgão ambiental em setembro, mas ajustes foram solicitados antes da deliberação final. Ainda não há prazo definido para a análise.

Petrobras e Ibama se pronunciam

Em nota, a estatal reiterou que está pronta para iniciar a operação. “A Petrobras mantém ativa a estrutura e recursos humanos e físicos dedicados à perfuração do poço e está pronta para iniciar a operação”, declarou a companhia, de acordo com a reportagem. O Ibama, por sua vez, informou que a equipe técnica analisa a documentação enviada em 26 de setembro. O parecer será submetido às instâncias superiores do órgão antes da emissão da licença.

MPF recomenda novos testes antes da licença

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou que o Ibama não conceda a autorização até que a Petrobras realize um novo exercício de emergência. Segundo o órgão, a medida é necessária para comprovar a capacidade real de resposta a acidentes na região. O Ibama tem 72 horas para responder à recomendação. Caso não seja acatada, o MPF afirmou que poderá adotar medidas judiciais. A decisão final caberá ao presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.

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