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Governistas apontam prudência da oposição diante de MP do IOF

Adversários preferem deixar medida caducar a enfrentar desgaste de defender grandes investidores

Protesto pela taxação dos super-ricos na Avenida Paulista - 10 de julho de 2025 (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

247 - Parlamentares da base governista avaliam que tanto o Centrão quanto a oposição estão mais contidos na tentativa de barrar a medida provisória que amplia a tributação sobre aplicações financeiras antes isentas, criada para compensar o aumento do IOF. A votação estava marcada para esta terça-feira (30), mas acabou adiada por decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que busca costurar um acordo em torno do tema.

De acordo com o Metrópoles, a mudança de postura da oposição reflete a estratégia de evitar um novo desgaste. Lideranças do governo dizem que, em vez de mobilizar votos para rejeitar o texto em plenário, adversários preferem aguardar o prazo de validade da medida provisória expirar sem aprovação, o que faria a proposta perder efeito automaticamente.

Medo de novo rótulo de "defensores de ricos"

A cautela teria origem em episódios recentes. Quando o Congresso derrubou um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que alterava alíquotas do IOF, parlamentares do Centrão e da oposição foram alvos de forte reação nas redes sociais, acusados de proteger os mais abastados. Embora o Supremo Tribunal Federal tenha validado o decreto posteriormente, reconhecendo a prerrogativa do governo, o desgaste político marcou a base contrária ao Planalto.

Impacto nas fintechs e ligação com investigações

Outro fator que, segundo governistas, explica a retração dos opositores é o efeito direto da MP sobre bancos digitais. A proposta eleva a CSLL para fintechs, justamente em um momento em que algumas delas aparecem no centro da operação Carbono Oculto, que atingiu estruturas financeiras ligadas ao PCC. Isso dificultaria a defesa pública do setor, considerado sensível perante a opinião pública.

Alcance da medida provisória

O texto relatado pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP) prevê aumento da tributação sobre apostas esportivas, estabelece novas regras para títulos e passa a taxar aplicações antes livres do imposto. Para os governistas, trata-se de um pacote necessário para equilibrar as contas públicas diante da elevação do IOF.

Apesar da resistência ao conteúdo da MP, a leitura dentro do Congresso é de que o custo político de combatê-la pode ser maior do que o de simplesmente deixá-la caducar sem votação.

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