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De volta à Fiesp, Skaf defende negociação com os Estados Unidos

Presidente eleito da federação prioriza diplomacia empresarial para reverter tarifa de 50% sobre produtos brasileiros

Paulo Skaf (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

247 – O empresário Paulo Skaf foi eleito nesta segunda-feira (4) para retornar à presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) a partir de janeiro de 2026. Ele venceu em chapa única com 99 votos favoráveis e um em branco. Em entrevista à Coluna do Estadão, Skaf destacou que sua prioridade será articular negociações com os Estados Unidos para tentar reverter a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente Donald Trump. A medida começa a valer já nesta quarta-feira (6).

Segundo Skaf, o impacto da nova tarifa atinge principalmente pequenas e médias empresas exportadoras. Ele defende que a solução mais eficaz é a atuação diplomática, em parceria com o governo federal e com o setor produtivo, para convencer os EUA a recuar da medida.

 “O melhor socorro é o governo brasileiro ter uma atitude, ter gestos que realmente possam fazer com que os Estados Unidos recuem dessa decisão. Eu espero que o presidente Lula tenha sucesso no contato com o presidente Trump, eu espero que os nossos governos se entendam”, afirmou.

O futuro presidente da Fiesp antecipou que pretende implantar uma “diplomacia empresarial”, com atuação permanente junto a empresas e governos estrangeiros, de modo a evitar crises comerciais futuras. A ideia é estreitar laços especialmente com o mercado norte-americano, principal destino de manufaturados brasileiros.

 “Nós não podemos esperar as situações já críticas para correr atrás dos nossos parceiros. Temos que trabalhar de forma preventiva, promovendo o diálogo contínuo entre empresas brasileiras, americanas e os dois governos”, disse Skaf.

Ele ainda anunciou que criará um Conselho Global na Fiesp, voltado às relações internacionais, que será presidido pelo embaixador Roberto Azevedo, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). A iniciativa pretende organizar estratégias de longo prazo para o comércio exterior, com foco inicial nos Estados Unidos, mas também mirando outros mercados estratégicos.

Para Skaf, mesmo com a pressão do tarifaço, há espaço para diálogo e negociação. Ele considera que, além do esforço diplomático, medidas pontuais de apoio financeiro a empresas afetadas poderão ser necessárias, caso a sobretaxa se mantenha por mais tempo.

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