China critica tarifas do México e acusa país de ceder às pressões dos EUA
Pequim afirma que aumento tarifário prejudica ambiente de negócios e enfraquece confiança de investidores
247 - O governo da China manifestou forte oposição à decisão do México de elevar tarifas sobre produtos chineses, classificando a medida como uma concessão à pressão exercida pelos Estados Unidos. A reação foi divulgada na quinta-feira (11) em comunicado do Ministério do Comércio da China, conforme noticiou o Valor Econômico.
No texto, a pasta argumenta que cabe aos países defender o livre comércio diante das tarifas impostas pelos EUA sob a gestão do atual presidente, Donald Trump. “Qualquer aumento tarifário por parte do México seria interpretado como uma concessão e um compromisso com o bullying unilateral”, afirmou o porta-voz citado no comunicado oficial.
Preocupações com investimentos e comércio
Segundo a nota, a imposição de barreiras alfandegárias terá impactos negativos não apenas para a China, mas também para o próprio México. “Uma vez implementadas, tais medidas não apenas prejudicariam os interesses dos parceiros comerciais relevantes, incluindo a China, mas também minariam seriamente a certeza no ambiente de negócios do México e enfraqueceriam a confiança das empresas em investir no país”, destacou o governo chinês.
O texto acrescenta que Pequim espera que o México “aja com cautela e prudência” e adverte que “a China tomará as medidas necessárias, de acordo com a situação real, para defender resolutamente seus direitos e interesses legítimos”.
Impacto sobre setores estratégicos
A imprensa mexicana revelou que o plano prevê aumentos entre 10% e 50% nas tarifas de uma ampla gama de produtos, incluindo automóveis, roupas e eletrônicos. A medida seria justificada pelo governo mexicano como uma tentativa de reduzir o déficit comercial acumulado com a China, que chegou a US$ 57 bilhões apenas nos seis primeiros meses do ano.
O secretário de Economia, Marcelo Ebrard, declarou que o objetivo central é equilibrar a balança comercial. Já a presidente do México, Claudia Sheinbaum, enfatizou que a decisão não tem como finalidade agradar aos Estados Unidos, mas fortalecer a capacidade produtiva nacional.


