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Após virar alvo da PF, Reag Investimentos anuncia venda de ações e renúncias em sua diretoria

Executivos assumem controle da empresa após compra de 87,38% do capital social, em transação estimada em R$ 100 milhões

Reag Investimentos (Foto: Divulgação)

247 - A Reag Investimentos - uma das gestoras implicadas na Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal no final de outubro -  divulgou neste domingo (8) mudanças significativas em sua estrutura societária e de governança. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia informou que seus controladores — Reag Asset Management Ltda. e Reag Alpha Fundo de Investimento Financeiro em Ações – Classe Única — firmaram contrato para a venda de 87,38% do capital social.

O negócio foi fechado com a Arandu Partners Holding S/A, sociedade controlada pelos principais executivos da própria Reag. O valor estimado da transação é de R$ 100 milhões, com possibilidade de acréscimo por meio de parcela contingente vinculada à receita operacional líquida da empresa nos próximos cinco anos.

De acordo com a companhia, a conclusão do acordo depende do cumprimento de condições precedentes e da realização de uma oferta pública de aquisição (OPA) destinada aos acionistas minoritários. O procedimento deve seguir o artigo 254-A da Lei das Sociedades Anônimas, as normas do Novo Mercado da B3 e o estatuto social da Reag.

O anúncio ocorre em meio às turbulências recentes que atingem a gestora. A empresa foi um dos alvos da Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal, e tem enfrentado questionamentos sobre sua governança e credibilidade no mercado financeiro.

A mudança de controle veio acompanhada de renúncias em cargos estratégicos. Em outro comunicado à CVM, a Reag informou que João Carlos Falbo Mansur deixou a presidência do conselho de administração, enquanto Altair Tadeu Rossato renunciou ao posto de conselheiro independente e ao comitê de auditoria. Além deles, Fabiana Franco deixou a diretoria financeira.

Conforme o estatuto social, os substitutos devem ser indicados pelos conselheiros remanescentes para concluir os mandatos em andamento.

Em nota assinada por Dario Graziato Tanure, diretor-presidente e de relações com investidores, a companhia afirmou: “A Companhia manterá seus acionistas e o mercado informados sobre os desdobramentos da Operação, em estrita observância à legislação e regulamentação aplicáveis.”

Nos últimos meses, a Reag enfrentou outros episódios que abalaram sua imagem junto ao mercado, como a renúncia em bloco de seu conselho consultivo e a divulgação de que não havia negociações em curso com a Galapagos Capital, apesar de especulações. Além disso, a agência de classificação de risco Fitch colocou o rating doméstico da empresa em observação negativa.

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