Membros do conselho consultivo da Reag Investimentos deixam cargos após operação Carbono Oculto
A extinção do conselho e a possível venda do controle da gestora marcam novos desdobramentos da investigação
247 - A Reag Investimentos, uma das gestoras implicadas na Operação Carbono Oculto, divulgou um comunicado oficial informando que todos os membros de seu conselho consultivo renunciaram aos cargos, o que levou à extinção do órgão. A decisão foi formalizada durante uma assembleia do Conselho de Administração da Reag Capital Holding, conforme registrado em nota enviada ao mercado. As informações são do jornal O Globo.
O conselho consultivo, criado em abril de 2025, era um órgão não estatutário que tinha como função assessorar o Conselho de Administração da empresa. Com a extinção desse conselho, as atribuições anteriormente sob sua responsabilidade serão agora assumidas diretamente pelo Conselho de Administração e pela diretoria da gestora.
O comunicado, assinado pelo diretor-presidente da Reag Capital Holding, Dario Tanure, também revela que a empresa já está em negociações para a venda do controle da Reag Investimentos. O processo envolve potenciais compradores independentes, e as discussões incluem a troca de informações confidenciais e análise preliminar sobre os termos e condições da transação. A Reag Investimentos, em nota à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), enfatizou que não há garantias de que as negociações se concretizem, mas afirmou que as informações estão sendo compartilhadas dentro dos limites de acordos de confidencialidade.
Em relação à estrutura acionária da Reag Investimentos, a Reag Capital Holding detém 63,93% da gestora, com outras 23,45% pertencentes a pessoas vinculadas à holding. A tesouraria da empresa possui uma participação minoritária de 0,14%, enquanto 11,68% das ações estão em livre circulação.
A gestora foi uma das empresas no epicentro da Operação Carbono Oculto, desencadeada na última quinta-feira, que investigou práticas de ocultação de bens por meio de fundos geridos pela Reag. De acordo com a investigação do Ministério Público, dez fundos da gestora teriam sido usados para adquirir e esconder bens, incluindo imóveis, veículos e até usinas de álcool. Em resposta às acusações, a Reag Investimentos negou irregularidades e afirmou que já havia renunciado à gestão de oito desses fundos, em uma tentativa de distanciar-se das práticas investigadas.