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      AGU pede que PF investigue Eduardo Bolsonaro e aliados por fake news contra Banco do Brasil

      Governo vê risco de “corrida bancária” e acusa bolsonaristas de orquestrar campanha criminosa para desestabilizar instituição financeira pública

      Advogado-geral da União, Jorge Messias (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
      Guilherme Paladino avatar
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      247 - A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou à Polícia Federal, nesta segunda-feira (25), um pedido de investigação sobre a divulgação de informações falsas envolvendo o Banco do Brasil em redes sociais bolsonaristas. A medida foi tomada após o próprio BB apresentar notícia-crime apontando práticas delitivas atribuídas ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ao deputado Gustavo Gayer (PL-GO) e ao advogado Jeffrey Chiquini, entre outros aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, informou o jornal O Globo.

      Segundo o ofício da AGU, a ofensiva digital buscou semear desconfiança contra o banco público por meio de boatos sobre supostas sanções internacionais ligadas à Lei Magnitsky, que teria atingido a instituição por ser responsável pelo pagamento de salários de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos alvos seria o ministro Alexandre de Moraes, incluído na lista de sanções pelos Estados Unidos.

      Risco de caos financeiro

      A AGU alertou que a propagação das mensagens teve como objetivo induzir clientes a retirar recursos em massa, prática que poderia deflagrar uma “corrida bancária” com graves consequências para a economia nacional.

      “Observa-se uma ação articulada de disparo massivo de publicações que buscam aterrorizar a sociedade com a perspectiva iminente de um colapso no sistema”, diz a nota enviada ao comando da PF.

      O órgão ainda destacou que as condutas buscam não apenas atacar o Banco do Brasil, mas também pressionar agentes financeiros e constranger o STF, “colocando a opinião pública contra o órgão judicial em sua atuação típica”.

      Denúncia do Banco do Brasil

      Em seu documento, o BB classificou os fatos como “gravíssimos” e citou possíveis crimes contra a soberania nacional, o Estado Democrático de Direito, o Sistema Financeiro Nacional, além de difamação e violação de sigilo bancário.

      O banco relatou que recebeu questionamentos de clientes preocupados com a veracidade das mensagens, que sugeriam até mesmo uma possível falência da instituição. “As possíveis e indesejadas consequências também [são gravíssimas], caso não sejam imediatamente prevenidas, evitadas e severamente reprimidas”, diz o texto enviado na sexta-feira (22).

      Nomes citados e reações

      Entre os perfis mencionados, estão publicações de Eduardo Bolsonaro, de Gustavo Gayer e do advogado Jeffrey Chiquini — este último gravou vídeos recomendando que correntistas retirassem dinheiro e vendessem ações do banco.

      Ainda segundo o Globo, que consultou o advogado, Chiquini afirmou que sua fala se referia apenas a “realocação de aplicações em ações”, algo que “todo investidor faz”. Ele sustentou que suas declarações se baseiam na interpretação da legislação americana.

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