Haddad acusa bolsonarismo de ataques coordenados ao Banco do Brasil
Ministro afirma que ofensiva virtual busca minar instituições públicas e denuncia ambiente político "tóxico"
247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou neste sábado (23), em entrevista ao Jornal GGN, que o bolsonarismo tem realizado ataques organizados contra o Banco do Brasil. A instituição acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para avaliar medidas jurídicas contra perfis que espalham desinformação sobre o banco.
Segundo o ministro, as investidas não se limitam às redes sociais, mas fazem parte de uma estratégia política que inclui projetos em tramitação no Congresso. “Tem acontecido um ataque ao Banco do Brasil por parte do bolsonarismo. Há bolsonaristas em rede social defendendo saque de valores de [contas no] Banco do Brasil, por exemplo”, afirmou Haddad durante a entrevista.
Banco do Brasil reage a boatos
O Banco do Brasil solicitou apoio jurídico da AGU para combater postagens falsas que incentivam correntistas a encerrar contas e espalham boatos considerados ameaça não apenas ao banco, mas a todo o Sistema Financeiro Nacional. Entre as medidas internas adotadas, a diretoria contatou os 100 maiores investidores para esclarecer rumores e orientou funcionários e gerentes a dialogar diretamente com clientes para conter danos à imagem da instituição.
Haddad reforçou que, além das campanhas virtuais, há movimentos legislativos alinhados ao mesmo objetivo. “Há projetos de lei no Congresso para perdoar dívidas do agronegócio, que não está com problemas, no Banco do Brasil. Está aumentando a inadimplência no Banco do Brasil por uma ação concertada, deliberada, de bolsonaristas que estão tentando minar as instituições públicas”, completou o ministro.
Clima político e defesa da democracia
Para o chefe da Fazenda, o episódio reflete o que ele chama de ambiente político “tóxico” no Brasil. “Isso compromete a saúde da democracia brasileira. Por isso, não podemos arredar pé da defesa das instituições”, declarou.
As ofensivas contra o Banco do Brasil surgiram a partir de boatos envolvendo contas bancárias de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A escalada fez com que a instituição se mobilizasse rapidamente para preservar a confiança de investidores e clientes em meio ao que Haddad descreve como uma “ação combinada” de ataque às instituições públicas.